Carteira assinada na mão e comida na mesa. Para muitos trabalhadores, esse é um grande indicativo de dignidade. Isso pela segurança, estabilidade de um emprego formal e os benefícios trabalhistas que a contratação proporcionam. No Piauí, mais de oito mil famílias dormiram mais tranquilas nos primeiros meses de 2023. Isso porque o estado está no topo dos que mais gerou empregos com a “azulzinha”. Somente em maio, o estado foi o que mais gerou postos no Nordeste. Porém, tais mudanças continuam reproduzindo o mesmo status quo conhecido da desigualdade social baseada no gênero: os homens são maioria nos novos postos.
Os dados integram o Relatório Mensal do Emprego Formal do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego. Divulgados nesta semana, eles apontam que no Brasil foram criados 155,2 mil empregos com carteira assinada em maio deste ano. Segundo o relatório, somente nos cinco primeiros meses deste ano foram criadas 865,3 mil vagas, o que representa uma queda de 21,5% com relação ao ano passado, quando 1,1 milhão de empregos formais foram criados.
O documento aponta ainda que o salário médio de admissão em todo o Brasil aumentou no mês de maio se comparado ao ano de 2022, de R$ 1.969,02 para R$ 2.004,57. Dentro desse quadro, o relatório aponta a diferença salarial por sexo, sendo a renda média do sexo masculino de R$ 2.080,80 e a feminina de R$ 1.891,06, enquanto no mesmo mês do ano passado era de R$ 2.046,07 e R$ 1.854,74, respectivamente. O bom desempenho de maio aconteceu nos principais setores da economia, mas foi puxado principalmente pelo setor de serviços, que criou 83,9 mil vagas.
O Piauí aparece com um resultado bem animador, estando entre os três que mais geraram empregos em maio em todo o país, atrás apenas do Espírito Santo e do Pará. O relatório do Caged aponta ainda que no mês de maio foram criados 12.707 novos empregos e registrados 10.039 desligamentos, deixando um saldo positivo de 2.668 novos empregos formais, o que representa uma variação positiva de 0,83%.
No acumulado do ano, o Piauí apresentou a contratação de 58.471 e 50.076 demissões, com um saldo positivo de 8.395 novos empregos de carteira assinada. Esses números estão concentrados principalmente no setor de serviços, com um saldo de 2.370 vagas preenchidas, seguido da construção, com 2.213, e do comércio, com 1.691.
Com relação ao perfil do trabalhador, o relatório aponta que o mercado ainda é predominantemente masculino, com 5.282 homens e apenas 2.613 mulheres, sendo a maioria com faixa etária entre 18 e 24 anos e com ensino médio completo. A diferença é ainda mais gritante na faixa dos 30 a 39 anos, quando as mulheres assumiram apenas 115 vagas e os homens dominaram 970 das contratações com carteira assinada.
Os dados apontam ainda que o salário médio do piauiense melhorou se comparado ao mesmo mês do ano de 2022, quando apresentava em torno de R$ 1.588,60 e este ano está em R$ 1.694,56. No entanto, ele sofreu uma pequena queda se comparado aos primeiros meses do ano, quando equivalia a R$ 1.751,04 (janeiro).
O fantasma do desemprego
Já os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para uma elevação no número de pessoas desempregadas no Piauí, que atingiu 11,1% no primeiro trimestre de 2023 contra 9,5% no último trimestre de 2022. Isso representa um aumento de 136 mil para 156 mil pessoas sem emprego no estado.
Apesar disso, o comparativo entre os mesmos trimestres de 2022 e 2023 apresenta um quadro positivo, com uma redução de 1,1 ponto percentual, ficando ainda abaixo da média registrada na região Nordeste, que foi de 12,2% no primeiro trimestre de 2023.
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