sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Covid pega no ar

Estabelecimentos fazem alterações nas estruturas físicas para diminuir risco de contaminação por coronavírus

24 de junho de 2021

Edição Luana Sena

A transmissão pelo novo coronavírus acontece através do contato com pessoas infectadas, superfícies contaminadas e também através da inalação de partículas microscópicas suspensas no ar, os aerossóis. Após um ano e três meses desde as primeiras notificações do novo coronavírus no Piauí, o mercado local começa a fazer adequações e modificar as estruturas físicas dos ambientes para a diminuição do risco de contágio – medidas que vão além da simples disponibilização de álcool em gel e uso de máscara.

A empresária Jeanne Ribeiro, sócia-proprietária de um espaço de coworking em Teresina, procurou orientações de especialistas em arquitetura para planejar mudanças no ambiente. Entre as modificações implantadas para aumentar a circulação de ar nos espaços fechados está a transformação das áreas compartilhadas em salas individuais, além do aumento de exaustores e circuladores de ar. “Sempre que possível, nós abrimos todas as janelas e portas para facilitar a ventilação cruzada”, comenta.

Locais se adaptam a ambientes abertos e com boa ventilação (Foto: arquivo pessoal)

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tempo de permanência da Sarsc-CoV-2 em locais fechados é de até 3 horas. Com base nestas evidências, especialistas começam a pensar em modificações nas estruturas físicas: diminuir o fluxo de pessoas e o período de permanência e garantir a ventilação em estabelecimentos comerciais, por exemplo, são pontos chaves para minimizar o risco de contaminação. 

É o que afirma Bruno Guedes, microbiologista e coordenador do Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados da UFPI. “O problema é que muitas infecções são assintomáticas e, por isso, muitos jovens e adultos podem transmitir o vírus através do ar”, esclarece o especialista.

A segurança dos clientes e funcionários foi a prioridade de Morgana Ferreira, dona de uma tapiocaria familiar na zona Norte de Teresina. Ela só voltou a abrir o estabelecimento um ano após a primeira autorização do Governo do Estado para a reabertura de bares e restaurantes. A espera foi uma decisão que resultou na queda do rendimento e perda de clientes, mesmo assim a microempresária não se arrepende. “Hoje, metade da nossa equipe e familiares estão vacinados e nos sentimos mais seguros para retornarmos com o atendimento presencial e consumo no local”, explica esperançosa. 

No novo ambiente alugado pela família, a área interna que tem capacidade para cerca de oito mesas conta com apenas duas – e a porta fica sempre aberta para manter a ventilação. Outra nova característica do ambiente é aproveitar a área aberta para garantir um maior distanciamento entre os clientes e maior circulação de ar.

A adequação dos estabelecimentos é um fator importante também para coibir a mutação do vírus e surgimento de novas variantes. De acordo com o pesquisador Bruno, atualmente o país possui um cenário propício para o surgimento de novas variantes com potencial para romper a proteção conferida pelas vacinas. Situação que só poderá ser evitada com o maior rigor e controle “Essas transformações são necessárias e muito bem-vindas”, comentou. “Individualmente, com uso de máscara, e coletivamente com a vacinação e a adaptação das infraestruturas”, completou. “São medidas essenciais para minimizar o risco de transmissão por vírus respiratórios”, finaliza.

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Categorias: Últimas

Camila Santos

Graduanda em jornalismo na Universidade Federal do Piauí.

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