O Brasil segue despontando na produção de energia solar e já figura em nono lugar na lista dos 10 países que mais instalaram a energia no mundo em 2020 segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar).
O país já ultrapassou a marca histórica de 9 GW (gigawatts) de potência operacional de fonte solar em grandes usinas e pequenos e médios sistemas instalados. A maior procura é pela modalidade Geração Distribuída (GD), que é o termo dado à energia elétrica gerada no local de consumo ou próximo a ele, sendo válida para diversas fontes de energia renováveis.
A Absolar também calculou que o setor solar movimentou cerca de 15,9 bilhões de reais em investimentos no ano de 2020, e para 2021 as projeções apontam para aportes ainda maiores, estimados em 22,6 bilhões de reais. Esse avanço é fundamental para reduzir o chamado “custo Brasil”, com energia elétrica mais competitiva, reduzindo a ocorrência das bandeiras vermelhas na conta de luz e diversificando o suprimento de energia elétrica.
No mês de maio deste ano, o Piauí alcançou a liderança em todo o Brasil na capacidade de produção de energia solar. Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelam que a potência das usinas de energia fotovoltaica instaladas em território piauiense passou de 1 GWH, ou 1.033,76 MWh.
Além disso, está localizada no município de São Gonçalo do Gurgueia, no Sul do Estado, a maior usina de energia solar da América Latina e que tem capacidade de 1.500 GWh por ano, tendo auxílio de placas solares bifaciais, que captam luz solar em ambos os lados, diferentemente das já utilizadas em sistemas fotovoltaicos residenciais.
Consumidor busca economia
Com o aumento das tarifas de energia e a permanência das bandeiras vermelha e amarela, devido à escassez hídrica e a maior utilização das usinas termelétricas pelo sistema elétrico, a saída para o consumidor é buscar outras alternativas, como é o caso da energia fotovoltaica, que gera economia de até 95% da conta de luz.
O operador de máquinas Antônio de Sousa, de 65 anos, conta que realizou a instalação de um sistema de energia solar em sua residência após constatar que os sucessivos aumentos nas tarifas de energia já estavam ficando incompatíveis com seu orçamento. “A conta passou a ficar muito cara, comprometendo o meu orçamento, e já estava faltando dinheiro para arcar com outras despesas que também são essenciais”, relata. “Por isso contratei a instalação por meio de um financiamento bancário”, acrescenta.
A instalação do sistema, que gera 1.000 Kwh por mês, foi concluída há 2 meses e ele cita que já sente a diferença. “A diferença é grande. Apesar de estarmos pagando a parcela do financiamento bancário, já deu pra sentir que foi um bom investimento”, finaliza.
O empresário Alberto Pierote, responsável por uma empresa de energia solar que atua em Teresina e região, afirma que os negócios mais que dobraram desde o início da pandemia. Segundo ele, a empresa já instalou mais de 70 projetos entre cidades do Piauí e Maranhão, tendo implantado 2403 painéis com a soma dos projetos. “A procura é grande para projetos residenciais, mas também atendemos várias empresas com projetos personalizados de Geração Distribuída”, afirma.
Por outro lado, a dona de casa Teresinha de Jesus Silva, de 43 anos, revela que vive com medo de ter o fornecimento de energia cortado, pois nem todo mês consegue pagar a conta dentro do prazo. “Já tive a energia cortada algumas vezes por conta de atrasos e esta tem sido a minha realidade” lamenta. “Estou desempregada, vivo com o dinheiro que recebo pelos bicos que faço e nem sempre é suficiente. Além disso, a conta está cada vez mais cara e não posso deixar de colocar comida dentro de casa, né?’, relata.
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