A cada minuto 8 mulheres são vítimas de violência no Brasil. A maior parte das agressões acontece dentro da própria casa, por alguém conhecido – na maioria das vezes, o companheiro. A pandemia acentuou este problema: por conta do maior tempo dentro do lar, o número de denúncias cresceu em chamadas registradas pelos recursos digitais.
No Piauí, no ano de 2020, o número de denúncias de violência contra a mulher pelo aplicativo Salve Maria teve aumento de 32% em relação a média de casos registrados em 2019. Foram contabilizadas 185 denúncias a mais no sistema policial do estado. No primeiro bimestre deste ano, a Secretaria de Segurança somou 77 registros realizados pelo app, somando denúncias e acionamentos.
O aplicativo Salve Maria é um serviço digital da Secretaria de Segurança Pública com ferramentas que possibilitam a denúncia anônima e o botão do pânico – que pode ser acionado em situações de emergência. De acordo com o governo do estado, o layout intuitivo foi desenvolvido para ser ágil e aumentar as ações no combate à violência doméstica.
Para Aisha Jacob, co-fundadora do coletivo Não é Não, que atua em 16 estados brasileiros no combate ao assédio e a violência às mulheres, aplicativos como este são importantes, mas para maior efetividade precisam ser acompanhados de campanhas educativas. “Nada adianta o aplicativo sem a existência de campanhas para que essas mulheres acessem as plataformas”, enfatiza a ativista, que compara a circunstância a outro problema em relação à legislação de combate à violência contra a mulher: “É a mesma coisa que acontece em relação às leis sobre violência contra mulher, que são muito boas, mas sem uma campanha de conscientização sobre a cultura machista estrutural, por si só, não fazem efeito”.
A ativista menciona ainda que, embora o Não é Não seja mais atuante em campanhas do que em acolhida a vítimas, o número de mulheres que reportaram violência em 2020 nas redes sociais do coletivo teve aumento em todas as regiões do país.
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No Piauí, além do aplicativo Salve Maria, as denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas, de forma anônima, pelo site www.pc.pi.gov.br. As cidades de São Luís e Uberlândia também contam com um aplicativo homônimo e com as mesmas ferramentas.
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