sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Teresina é uma das 50 cidades com mais mortes decorrentes de intervenção policial no Brasil

Em números absolutos, foram 18 mortes, o que corresponde a uma taxa de 2,1% por 100 mil habitantes

17 de julho de 2021

Teresina é uma das 50 cidades distribuídas entre 16 estados com os maiores números de mortes decorrentes de intervenção policial no país em 2020. Em números absolutos, foram 18 mortes na capital piauiense decorrentes de intervenção policial, o que corresponde a uma taxa de 2,1% por 100 mil habitantes. A cidade é a única do Piauí no ranking.

O estado com mais municípios na lista é o Rio de Janeiro, com 15 cidades, seguido por São Paulo e Bahia, com 7, respectivamente, Pará com 5 municípios, Paraná com 4 e Sergipe com 2. Os outros 10 estados contam com apenas um município na lista. Os dados são do 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado essa semana.  

O Anuário explica que das 6.416 Mortes Decorrentes de Intervenções Policiais (MDIP) registradas em 2020 no país, foi possível obter informações detalhadas sobre o município da ocorrência para 5.608 delas, o que equivale a 87,4% do total. Houve registro de MDIP em ao menos 895 municípios brasileiros. A partir deste quadro, foi possível identificar que 50 cidades concentram 55,8% das MDIP. Neste mesmo grupo de cidades, concentra-se 25% da população.

Quanto ao perfil das vítimas, a maioria é constituída por homens, padrão que se repete anualmente. Entretanto, o Anuário chama a atenção para o percentual de mulheres que dobrou de 0,8% em 2019 para 1,6% em 2020. Quanto à raça/cor das vítimas de intervenções policiais com resultado de morte, as vítimas negras são 78,9%, porcentagem superior à composição racial da população brasileira que é de 56,3%.

Os dados do Anuário apontam que a taxa de letalidade policial entre negros é de 4,2 vítimas a cada 100 mil, já entre brancos ela é de 1,5 a cada 100 mil. Ou seja, essa taxa entre negros é 2,8 vezes superior à taxa entre brancos. Em relação à faixa etária, 76% das vítimas tinham idades entre 0 e 29 anos, com maiores índices centralizados em pessoas de 18 a 24 anos.

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Categorias: Últimas

Aldenora Cavalcante

Jornalista, podcaster e mestra em comunicação pela Universidade do Porto.

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