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Um campo de flores: plantação de girassol se destaca no sul do Piauí

A planta tem sido vista como uma alternativa para a produção de biodiesel na região e também para outras funcionalidades

09 de agosto de 2021

No Sul do Piauí, mais precisamente no distrito de Nova Santa Rosa, um campo de girassóis encanta a quem passa pela região. Próximo ao município de Uruçuí (460 km de Teresina), o amarelo toma conta do cerrado. 

O campo pertence ao produtor de soja Tarcísio Balsan, gaúcho que está no Piauí há 22 anos investindo e produzindo na região. A decisão de fazer um plantio de girassol na sua propriedade foi um experimento. “Estamos tratando o assunto com muita cautela porque é o primeiro daqui”, comentou. “Floriu bem, mas ainda é cedo para saber se o processo será bem sucedido como já acontece no Rio Grande do Sul”, observa. A ideia é que assim como o plantio de milho, o de girassol possa ser uma safra entre os ciclos da soja, como já acontece em muitas regiões do Sul do país.

O Piauí está no mapa das regiões aptas à produção de girassol. Em 2012, o Ministério da Agricultura certificou o estado e outros do Nordeste como qualificados para desenvolver plantações desse tipo. As pesquisas que resultaram nessa aprovação foram feitas pela Embrapa Meio Norte. Na época, a principal motivação era encontrar hectares adequados que pudessem receber essa plantação para o desenvolvimento do biodiesel. 

A plantação de girassol tem sido vista como uma alternativa para a produção de biodiesel na região e também para outras funcionalidades. A planta pode ser transformada em óleo comestível e saudável para o consumo humano que, comprovadamente, combate o colesterol ruim e a pressão alta, além de servir de alimento para animais. A cultura também favorece o aumento da produção de mel por ter flores apreciadas pelas abelhas.

Quem tem defendido o cultivo de girassol na região é o pesquisador José Lopes Ribeiro, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Meio Norte), que foi responsável por estudos realizados no últimos anos no Piauí e chegou a afirmar que o único obstáculo ainda existente para o desenvolvimento de plantações empresariais é o fato de ainda não existir no Piauí uma fábrica de beneficiamento do grão do girassol. O pesquisador é autor da publicação “Girassol: Nova opção de cultivo para a região meio norte do Brasil”, lançada, ainda na década de 90, por meio da Embrapa.

O zoneamento agrícola detalhado sobre o  girassol está disponível também nas Portarias nº 427 a 433, publicadas no Diário Oficial da União. O estudo aponta as áreas que apresentam condições climáticas e solos mais apropriados para a cultura, levando em consideração que o girassol se adapta a diversos ambientes, podendo ser cultivado em climas temperados subtropicais. A planta tolera baixas temperaturas (5 a 8 ºC) durante a germinação e em estágios iniciais de desenvolvimento. As fases mais sensíveis à escassez de água são entre a formação da inflorescência e o florescimento.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja Piauí), Alzir Neto, afirma que o experimento com o girassol reforça a ideia entre os produtores locais, de que investir é a melhor forma de fortalecer as possibilidades da região que não se limita apenas ao cultivo de soja, milho e algodão. “Todos os experimentos que estão sendo feitos no Piauí, se somam ao sistema de plantio direto e o de rotação de cultura que é essencial e que faz com que o país tenha uma agricultura sustentável”, pontua.

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Categorias: Últimas

Geysa Silva

Jornalista, consultora de marketing político e especial Experiência Piauí.

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