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Epidemia da ansiedade: Brasil é o país com maior número de casos

Estudo estimou que dobraram os sinais de ansiedade entre os jovens durante a pandemia

23 de agosto de 2021

“Enjoo, dor de barriga, dissociação (alteração da consciência), sudorese, formigamento no corpo” para a estudante Iara Galvão, de 18 anos, esses sinais já alertam para uma crise de ansiedade. A estudante faz parte de um grupo de jovens que possuem ansiedade e/ou depressão e que de acordo estudo, publicado na revista Jama Pediatrics realizado em 2021, dobraram esses sinais durante a pandemia.

Ainda de acordo com o estudo, antes da pandemia os sintomas depressivos eram comuns a 12,9% dos jovens com 18 anos ou menos. Já durante a crise sanitária provocada pelo coronavírus, a taxa subiu para 25,2%. 

É comum ouvirmos nas redes sociais sobre o cansaço da pandemia, afinal são quase dois anos de uma brusca mudança de rotina. Para Iara Galvão, a pandemia lhe trouxe medo de algumas atividades simples, como ir ao supermercado e assistir noticiário, por conta das notícias sobre o vírus. “Me isolei de tudo, fiquei alheia às notícias, pois estavam me fazendo muito mal”, conta.

Como seguir em frente

O que se deve fazer durante uma crise de ansiedade depende da gravidade e da frequência dos sintomas e, por isso, o ideal é sempre receber aconselhamento de um psicólogo. A psicóloga Thayse Meneses aconselha que durante uma crise a pessoa respire lentamente, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. “Não se sabe quando a ansiedade chega”, diz. “O acompanhamento psicológico é muito importante para lhe orientar sobre o que fazer em determinadas situações”, explica.

A estudante Iara Galvão, que já convive com a ansiedade antes mesmo da pandemia, já criou algumas ‘técnicas’ próprias para lidar com suas crises. “Vou para o quarto, coloco o fone de ouvido e medito”. A estudante diz que a meditação tem lhe ajudado bastante a lidar com as crises de ansiedade. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o Brasil é campeão em ansiedade e que o país vive atualmente uma epidemia do transtorno. De acordo com o estudo, são 8,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivendo com a doença. Por isso a psicóloga acrescenta que falar sobre o tema é importante para sociedade saber lidar com os ansiosos. “Quando converso com familiares dos meus pacientes muitos dizem não saber como ajudar durante uma crise de ansiedade”.

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