Desde que o mundo é mundo a humanidade olhou para o céu. Na antiguidade, a posição dos astros conduzia a vida. Era o alto que ditava o ciclo de plantação, o período de mudança e as compreensões espirituais. De lá se obtinham as principais respostas para a sobrevivência.
Os anos se passaram e a relação do homem com o cosmo mudou, as respostas procuradas são diferentes, mas ele ainda é motivo de fascínio para muitos, inclusive para Josielly Figuerêdo, piauiense de 15 anos.
A estudante do primeiro ano do ensino médio pode ser responsável por um feito inédito: a primeira piauiense a descobrir cinco asteróides, pequenos corpos celestes rochosos com estrutura metálica que orbitam o sistema solar. A astrônoma mirim participou durante um mês de um Programa Caça Asteróides da International Astronomical Search Collaboration (IASC), programa de iniciação científica cidadã vinculado a NASA, que fornece dados para que cientistas amadores possam realizar descobertas originais.
Apesar da pouca experiência com o uso de softwares e investigação, a adolescente conseguiu resultados significativos. “Toda semana recebíamos imagens do telescópio do Havaí para análise que eram sobrepostas para formação de um vídeo, com isso foi possível observar como o objeto se movimenta”, comenta. Identificando isto, eventualmente pode-se interpretar do que se trata. O trabalho de investigação da jovem foi aprovado na etapa preliminar, agora o processo aguarda a validação final, que poderá levar até seis anos para ser concretizada. Enquanto o resultado não vem, ela pensa nos possíveis nomes para os asteróides. “Gosto de Mardht”, revela.
Crianças superdotadas
Josielly divide o seu tempo entre estudo, atividades artísticas e sua autobiografia que também reflete seu interesse no universo que faz com que ela sonhe em trilhar um caminho profissional na área. “Nunca pensei que pudesse encontrar asteróides de verdade, mas encontrei e foi algo instintivo que quero levar para mim”, explica.
Foi a atenção e estímulo precoce da mãe da jovem astrônoma, Josilene Figuerêdo, que possibilitou que a filha fosse trilhando os caminhos que queria. “Desde pequena ela sempre demonstrou interesse, o que temos feito é incentivar esse sonho e deixá-la livre ”, comenta.
A jovem cientista é uma das integrantes do Núcleo de Atividade de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), centro de atendimento educacional especializado localizado na zona urbana de Teresina e vinculado à Secretaria de Estado da Educação (SEDUC).
Atualmente, 39 alunos com características de altas habilidades são atendidos pela instituição que oferece enriquecimento nas áreas de robótica, arte e matemática precocemente aos alunos do ensino fundamental. Além disso, a organização disponibiliza serviços de orientação e apoio à família e professores de alunos com superdotação.
Uma maneira para desmistificar o conceito que pode ser caracterizado como um potencial elevado, isolado ou combinado, nas áreas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Identificar o alto desempenho em crianças é uma tarefa que requer atenção, como explica a diretora Elciane Soares: “É importante apoiar o interesse para evitar que talentos passem despercebidos sem a correta e devida valorização”. Os atendimentos acontecem de forma remota.
1 comentário
Josielly Figuerêdo do Rêgo · 20 de setembro de 2021 às 17:26
Eu amei a experiência!!!🍁☄🌠🌈