“E se a gente pudesse fazer mais do que pedalar com as nossas bicicletas?” Esse foi o questionamento que instigou o professor universitário Christiam Dourado a ser um representante do projeto Bike Anjo, em Teresina. Atuando há seis anos no Piauí, os cicloativistas – como se definem – ajudam pessoas de todas as idades a aprender a pedalar. Eles também reformam e doam bicicletas para interessados que não têm condições de comprá-lo. Segundo o representante, as atividades do grupo já ensinou mais de 1200 teresinenses a pedalar.
O projeto começou há 10 anos, em São Paulo, quando um grupo de amigos passou a acompanhar pessoas no trânsito, como forma de convidá-las a participar da “bicicletada”. O termo “bike anjo” veio de uma brincadeira: a turma da bike oferecia “caronas de bike” para que, quem estivesse saindo do trabalho, participasse do pedal, que tradicionalmente acontece após às 18h. Atualmente, a Rede Bike Anjo atua em mais de 800 cidades brasileiras.
Em Teresina, tudo começou quando o grupo de ciclistas, dos quais Christiam faz parte, notou a presença cada vez maior de pessoas com interesse em praticar a atividade – muitas delas não sabiam ou não tinham bicicleta. Através do projeto, o grupo se articula para promover aulas e incentivar futuros amantes da bike. “As aulas acontecem aos fins de semana no Parque Nova Potycabana. Até para os alunos que não possuem bicicleta, nós conseguimos uma para os treinos”, destaca o ciclista.
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O projeto também vem se articulando em ações de cunho social como o “Pedala ou Repassa”, na qual bicicletas são reformadas e doadas para pessoas carentes com interesse em participar das pedaladas. Christiam conta que o projeto já conseguiu fazer cerca de 25 doações somente nos últimos dois anos – a maioria para crianças da zona rural de Teresina, que moram no entorno das trilhas feitas pelos ciclistas.
Para pessoas que não têm disponibilidade durante o fim de semana mas desejam uma experiência diferente, os voluntários fazem uma proposta semelhante ao da criação do projeto em São Paulo. “Acompanhamos a pessoa durante a ida do trabalho ou volta pra casa”, explica Christiam. “É uma forma de incentivar a mudança da rotina nas cidades por meio da bicicleta como ferramenta de transformação”.
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