Com blusas pretas e velas em mãos, um grupo de ativistas ambientais ocuparam o cruzamento da Avenida Frei Serafim com a Miguel Rosa, no centro de Teresina, na noite da última sexta-feira (24). Crianças de todas as idades, jovens e idosos andavam entre os carros parados no sinal vermelho com cartazes e conversavam com motoristas para compartilhar uma única mensagem: as mudanças climáticas que acontecem no Piauí e no mundo.
Segundo Tânia Martins, ambientalista e uma das mobilizadoras da vigília, o ato acontece anualmente desde 2012 na capital e faz parte da Mobilização Global pelo Clima – que ocorre entre os dias 20 e 27 de setembro em diversos países e também nos estados brasileiros.
Entre os cartazes levantados no ato, o pequeno ativista Rômulo levava a mensagem: “O verde da cidade não respira mais”. Tânia afirma que a presença de crianças é uma imagem simbólica e presente. “Elas são a representação do futuro”, comenta. “Adolescentes que estavam aqui já acompanham nossas vigílias desde crianças, o que mostra um engajamento maior do que jovens e adultos”, finaliza.
Apesar do número pequeno de pessoas, a ativista explica que há uma preocupação por parte de ambientalistas de todo o mundo quanto às mudanças climáticas e a relação com as catástrofes, cheias densas e secas prolongadas, que afetam a natureza. Ela cita que as queimadas no Piauí – ocorridas principalmente nas últimas semanas – também são resultados do descaso com a fauna e flora no estado.
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O objetivo do ato foi convocar a população que passava pela avenida para pensar a condição climática em 2021 e o “ponto de não retorno” do aquecimento global: pesquisadores apontam que já chegamos a esse estágio e é irreversível. “Demos nosso recado, com vozes, cartazes, faixas. Ficamos ainda angustiados com o pouco engajamento social, mas acreditamos que ações como essas são cada vez mais importantes para alcançar nossos objetivos”, frisa.
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