sábado, 19 de abril de 2025

Aumento na demanda por leitos de UTI e não retorno para a segunda dose preocupam especialistas

Terceira dose é anunciada, mas cerca de 200 mil pessoas ainda não retornaram para concluir o ciclo de imunização

19 de novembro de 2021

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) anunciou que irá autorizar, a partir de segunda-feira (22), a aplicação da 3ª dose da vacina contra a Covid-19 na população a partir de 18 anos ou mais. O governo do Piauí aguardava a nota técnica do Ministério da Saúde para a liberação da vacinação. 

De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, a terceira dose da vacina deve ser aplicada cinco meses depois da aplicação da segunda – no caso dos imunizantes CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca. Já para aqueles que tomaram a vacina da Janssen, dose única, o Ministério passa a indicar uma segunda dose com dois meses de intervalo. Cinco meses depois, o indivíduo poderá tomar a terceira dose de reforço.

No Piauí, até o momento, a dose de reforço só está sendo aplicada em profissionais de saúde, idosos e imunossuprimidos. Segundo o secretário de Estado de Saúde, Florentino Neto, a Sesapi vai distribuir aos municípios doses de imunizantes em estoque para aplicar na população adulta em geral, mas a logística ficará a cargo das prefeituras.

Ausência da segunda dose

Para além da aplicação da dose de reforço, o que vem preocupando autoridades e infectologistas, é a ausência no retorno para a segunda dose da vacina no Piauí. De acordo com a Secretária de Saúde, cerca de 214.353 pessoas não compareceram para tomar a segunda dose da vacina contra Covid-19 e assim completar o ciclo de imunização.

“O não retorno das pessoas impacta diretamente no aumento do número de casos da doença”, afirma o infectologista Nayro Ferreira. “Não existe 50% de imunização, ou faz o esquema completo, ou corre o risco de adoecer de forma grave e até vir a óbito”, enfatiza. 

 Leia mais: Crise no transporte é fator para taxa de abandono da segunda dose da vacina

Nayro explica ainda que, para além do não retorno, a flexibilização de algumas medidas sanitárias também acarretam no aumento dos casos de Covid-19 e, por consequência, novamente a ocupação dos leitos de UTI. “Vimos principalmente em cidades do interior onde a fiscalização não acontece”. 

De acordo com dados da Sesapi, as UTIs dos hospitais de Floriano e Oeiras, ambos na região Sul do Estado, estão com 100% dos leitos ocupados com pacientes em tratamento contra a doença. No município de Picos, o Hospital Regional Justino Luz se aproxima da capacidade máxima: dos 10 leitos da UTI, nove estão com pacientes, totalizando 90% de ocupação.

Em Teresina, o hospital geral do Monte Castelo também apresenta alta demanda de pacientes na UTI – dos 10 leitos, nove estão ocupados. Em um panorama geral, o Piauí apresenta atualmente 55% dos leitos de UTIs ocupados. 

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