Não demorou muito tempo após a formação em Direito para que Luís Henrique, de 33 anos, abrisse mão dos concursos públicos e da advocacia para ingressar no mercado da tecnologia. Ainda em 2017, ele percebeu que o ramo entrava em franca ascensão e decidiu largar as leis para iniciar o curso de Engenharia de Software. As previsões de Luís foram acertadas. Para 2022, há uma apresentação de alta para os profissionais da tecnologia – apontou pesquisa realizada pelo Banco Nacional de Empregos (BNE).
Enquanto parte do mercado se adaptava aos trabalhos remotos, a tecnologia tomou um impulso e se revelou cada vez mais necessária. Por conta disso, muitos ramos profissionais se deram conta de que a tecnologia escala resultados e faturamentos significativos, destaca o professor em Tecnologia da Informação, Fabbio Borges.
Um dos problemas desse crescimento do setor no Brasil são os poucos profissionais ainda nesta área e a concorrência com outras empresas estrangeiras. Fabbio destaca que, se não houver uma capacitação de mais pessoas na área, em breve, a concorrência do exterior vai captar cada vez mais esses profissionais. “Na pandemia, por exemplo, uma grande parte de pessoas habilidosas e competentes na área foram levadas para outros países”, analisa o professor.
O BNE divulgou em sua pesquisa que o crescimento já vinha sendo observado desde 2021 – quando comparado ao ano anterior, havia um índice de 20% de aumento. Ao todo, são mais de 44.274 vagas em diferentes setores tecnológicos que devem surgir em 2022.
Entre as profissões que mais devem contratar este ano estão: desenvolvedor analista de sistemas, DevOps, analista de suporte, Cyber Security, analista de infraestrutura, Engenharia das coisas (IOT), Growth Hacking, analista de testes, gerente de projetos, analista de projetos, desenvolvedor mobile, analista de business intelligence DBA (administrador de banco de dados).
A indústria tecnológica no Brasil, em contrapartida, cresceu mesmo durante o cenário pandêmico. Na pesquisa “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2020”, o setor investiu cerca de R$ 200,3 bilhões (US$ 50,7 bilhões) em mercados de software, serviços, hardware e também as exportações do segmento.
Com isso, o Brasil conquistou uma posição no ranking mundial de TI, da 10ª posição em 2019 para a 9ª em 2020. Além disso, manteve a liderança no mercado latino americano, com 44% de participação. “Já é uma realidade muito presente para quase todos os tipos de serviço”, pontua Fabbio. “E cada vez mais, negócios, empresas e pessoas que não adotarem essas demandas, vão acabar ficando para trás frente aos avanços tecnológicos que presenciamos”, finaliza o professor.
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