Os casos de síndromes gripais têm aumentado consideravelmente. Prova disso é que centros de testagem estão sendo abertos em Teresina para tentar suprir a alta demanda. Mas, o que também vem preocupando as autoridades e sociedade é a infecção simultânea por dois vírus: influenza (gripe) e o coronavírus (Covid-19).
De acordo com alguns especialistas, a infecção por dois vírus não é uma situação rara de acontecer, principalmente em períodos em que existem a circulação de doenças facilmente transmissíveis, como é o caso da Covid-19 e da gripe.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) informou na última quinta-feira (13) que o Piauí não tem nenhum caso confirmado de coinfecção – a chamada “Flurona”- com os vírus influenza e corona. De acordo com a Sesapi, o caso de uma paciente em Floriano, investigado pelo Laboratório Central (Lacen) como possível caso da dupla infecção, deu positivo para Covid, mas negativo para influenza.
Segundo a Secretaria de Saúde, os exames para influenza (gripe) e Covid-19 são feitos nas UPAs. As amostras coletadas são encaminhadas ao Lacen-PI para identificação viral. A investigação laboratorial de vírus respiratórios abarca 15 vírus, dentre eles o SARS-COV-2 e o influenza (subtipos).
De acordo com a epidemiologista Amélia Costa, caso ocorra esse tipo de infecção, a conduta clínica não é alterada. “Os sintomas das duas doenças são semelhantes: dor no corpo, dor de garganta e febre”, diz a epidemiologista.
Como os dois vírus são respiratórios, as medidas de prevenção são as mesmas para evitar a contaminação: uso de máscara, higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel e distanciamento social.
Busca por testes
Por conta da alta demanda nas buscas por testes de Covid-19, quatro Centros de Testagem Covid (CTC) passaram a funcionar em Teresina. Eles estão localizados na zona Norte, Leste, Sudeste e Zona Sul. O objetivo é testar o maior número de pessoas com síndrome gripal, direcionando o serviço de atendimento médico da rede pública municipal de acordo com a necessidade, para evitar superlotação nos postos de saúde de urgência e emergência.
Mas parece que não é o que vem acontecendo nos centros de testagem. A arquiteta Cintia Amorim teve sintomas gripais a cerca de duas semanas e foi em busca do centro de testagem. Ela conta que chegou lá ao meio dia e foi informada que não havia mais senhas para a realização dos testes.
“O rapaz me informou que eu teria que chegar às seis da manhã para pegar uma senha, porque depois de dez horas eu não ia mais conseguir”, comenta. “A demanda é muito grande”.
Cíntia disse que ficou isolada durante sete dias, observando os sintomas. Ela também realizou automedicação pois não se sentia segura em ir às UBS temendo superlotações.
Mesmo para quem pode pagar por um teste de influenza, a dificuldade continua em encontrar testes disponíveis. oestadodopiaui.com entrou em contato com três grandes grupos farmacêuticos na tarde de quinta-feira (13) e os mesmos informaram não possuir mais testes para influenza. A escassez de testes acaba superlotando hospitais públicos e particulares de Teresina com pacientes apenas querendo constatar com qual dos vírus foi infectado.
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