O advogado e escritor piauiense, Léo Abreu, viralizou nas redes sociais após tentar presentear o ex-ministro Sérgio Moro, durante sua visita a Teresina na semana passada. A publicação é uma biografia de Moro, contada em cordel (estilo literário popularmente conhecido no Nordeste brasileiro), mas, no entanto, não foi muito bem aceita pelo político. Um vídeo do encontro dos dois, que viralizou nas redes sociais, flagra o momento em que Moro devolve o cordel ao escritor. Uma cópia do livreto também já tinha sido entregue ao ex-presidente Lula.
Léo Abreu é advogado e diz ter verdadeira paixão por literatura – veio daí a ideia de escrever contos, crônicas, romances e poesias. Desde o início da Operação Lava Jato, ele conta que já existia um intenso debate na comunidade acadêmica e jurídica sobre os excessos e ilegalidades da operação – principalmente por parte do então juiz Sérgio Moro. Muitos juristas renomados escreviam, na época, sobre o assunto, mas o que incomodava o escritor era o fato de os artigos acadêmicos ficarem muito restritos ao mundo jurídico. Ele teve então a ideia de “furar a bolha” para atingir um público mais expressivo.
“Foi por querer ultrapassar esses muros da academia que tive a ideia de escrever os cordéis falando sobre a suspeição do Sérgio Moro”, revela. “A literatura de cordel tem esse lance mágico de atingir do lavrador ao desembargador, por conta da rima, da leitura fácil, direta e descomplicada”, diz.
Lula recebendo o cordel feito pelo piauiense (Foto: arquivo pessoal)
A obra intitulada “Cordel do Moro Encrencado” é uma trilogia. O autor explica que era para ser apenas um volume, mas novos acontecimentos foram rendendo a continuação da história. O livreto, então, se divide em três partes: Cordel do Moro Encrencado, que fala sobre o início da Operação Lava Jato e ilegalidades cometidas; O Cordel do Moro Desencantado, contando a ascensão e queda do ministro da justiça no governo Bolsonaro; e o Cordel do Moro Advogado, falando sobre consultorias suspeitas de Moro para algumas empresas e as suas ambições políticas.
O advogado ressalta que, diferente de um juiz, ele como poeta, não precisa ser imparcial. “Coloco mesmo as minhas impressões em tudo que escrevo e não tenho a pretensão de agradar todo mundo”, afirmou. Ele relata que a vida do escritor não é fácil no Brasil, pois considera baixo o índice de leitores no país. Para ele, o grande desafio hoje é formar um público jovem.
Léo Abreu, que possui quatro cordéis escritos, acredita que temas relevantes para o país devem ser discutidos e apresentados para toda sociedade – e busca, através do cordel, fazer esse papel. As obras podem ser adquiridas nas livrarias Anchieta, Entrelivros e Universitária. Está disponível também no formato e-book pela Amazon. Mas, para os leitores do oestadodopiaui.com, o autor disponibilizou a obra gratuitamente:
0 comentário