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Jornalismo de impacto: 5 reportagens para acreditar na imprensa piauiense

No Dia do jornalista, elencamos cinco reportagens de veículos locais para acreditar em uma boa apuração

07 de abril de 2022


1. Revestrés entrevista Niede Guidon

A Revestrés, revista piauiense de jornalismo cultural, publicou em sua 6ª edição (fevereiro de 2013) uma entrevista com a arqueóloga Niède Guidon – jurada de morte no interior do Piauí e incansável defensora do maior parque de pinturas rupestres do mundo, o Parque Nacional Serra da Capivara. A equipe da revista viajou até o local onde a franco-brasileira vive há mais de três décadas – uma casa-sítio no meio da caatinga piauiense. O resultado são seis páginas de uma longa entrevista, cultuada por revistas científicas do país inteiro  – a conversa passa pela povoação das Américas, decepção com a humanidade, pessimismo com a educação e paixão pelos animais. O conteúdo é um dos mais acessados no site até hoje e a revista impressa tem edição esgotada. Leia aqui!

 

2. Cidade Verde no combate a violência contra a mulher

Em 2017, o repórter Hérlon Moraes acompanhou a rotina de estudantes de escolas públicas numa gincana pelo fim da violência a mulher. Quase 40 mil alunos se empenharam numa força tarefa cujo tema era a Lei criada em 7 de agosto de 2006 para coibir os atos de violência doméstica contra a mulher: a Lei Maria da Penha.

Naquele ano, a reportagem venceu o 2º Prêmio de Jornalismo do Ministério Público do Estado do Piauí – mas era só o primeiro passo em um jornalismo combatente a crimes contra mulheres. Ao longo dos anos o portal Cidade Verde vem se destacando na cobertura implacável de feminicídios e outras violências. Vale acompanhar.

 

3. Ocorre Diário e um jornalismo antiracista

Na contramão de uma imprensa hegemônica, e sem o apoio financeiro de conglomerados de mídia, o site Ocorre diário surge em 2018 como uma plataforma de comunicação popular e colaborativa. De lá para cá, sua equipe, essencialmente formada por comunicadores integrantes egressos da Enecos (Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social) tem produzido conteúdos que furam os grandes veículos, além de por em pautas temas relacionados aos direitos humanos, e estratégias emancipatórias, plurais e decoloniais de se fazer jornalismo. 

Destacamos a reportagem “Pele alvo”, publicada em dezembro do ano passado, sobre o levantamento da Rede de Observatórios da Segurança com dados obtidos via Lei de Acesso à Informação. Ocorre destacou que 90,9% das vítimas da violência letal da polícia no Piauí são negras.

 

4. O Dia: tradição estampada no jornal

Fundado em Teresina no ano de 1951, o Jornal O Dia completou 70 anos de existência em fevereiro do ano passado. Ao longo desse tempo acumulou histórias, prêmios e algo difícil de se conquistar nos dias de hoje: credibilidade.

O jornal impresso acompanhou a modernização e documentou a maioria dos eventos que marcaram a história. Aqui destacamos uma reportagem de 2016, sobre famílias vivendo em áreas irregulares na capital. À época, a repórter Glenda Uchôa disse: “A moradia é um direito humano básico”, comentou. “Foi muito tocante conversar com pessoas na ocupação que nunca moraram em uma casa de tijolo”.

 

5. Uma drag queen na TV

Em 2017, uma drag queen piauiense entrava nos lares de todo o Brasil. É que uma reportagem de Neyara Pinheiro, da Tv Clube – afiliada à Rede Globo – foi exibida no Fantástico, contando a história de Dackson Mikael: um jovem bailarino que se montava de boneca para levar alegria a crianças em tratamento do câncer. 

A equipe de reportagem acompanhou a rotina de Chandelly Kidman, a drag que, com muito talento e solidariedade, quebrou tabus e levou arte e esperança para famílias e crianças doentes em um hospital de Teresina. 

A história repercutiu e, no ano seguinte, Chandelly foi inclusive personagem da websérie documental Os originais, da Netflix

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Luana Sena

Jornalista, mestra e doutoranda em comunicação na Universidade Federal da Bahia.

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