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Computação na nuvem

No Portal da Esperança, alunos do NAU Digital assistem palestra com desenvolvedor de software: “Se não tem gente, vamos formar”

17 de maio de 2022
por Redação

Edição Luana Sena

No laboratório de informática do CETI Portal da Esperança, zona Norte de Teresina, a turma se acomodava entre bancadas e computadores para prestar atenção no convidado, palestrante. Quase tão jovem quanto eles, cumprimentava os adolescentes, ansiosos por sua fala. “Obrigada por faltar ao seu trabalho para estar aqui conosco, Filipe”, agradeceu uma professora. “Eu não faltei!”, disse sorrindo. “Estou trabalhando na nuvem”.

Estudantes do CETI Portal de Esperança começam a ter aulas de programação (Foto: Juliana Andrade)

O conceito que Filipe Avelino trazia não era totalmente novo aos ouvidos dos estudantes: ao usar whatsapp, abrir um email, assistir a um filme em plataforma de streaming, todos eles estão usando a computação na nuvem – e foi sobre isso que o desenvolvedor de software e programador piauiense, integrante do Cajuína Valley, foi falar para a turma de jovens estudantes inscritos no NAU Digital.

A convite do projeto, ele, que é formado em ciências da computação, falou para os estudantes da importância dessas formações “paralelas” para quem quer ingresso rápido no mercado de trabalho – com oportunidade, aliás, de ganhar em dólar. “A pandemia obrigou muitas empresas a trabalharem com funcionários em casa”, comentou, revelando a alta demanda do setor que tem procurado gente capacitada, sem fronteiras. “A nuvem veio para quebrar todas as barreiras entre empresas e funcionários”, seguiu dizendo. “Isso significa liberade”. 

Leia mais: Um olhar digital para o futuro

Filipe contou à turma que, aos 13 anos, começou a “mexer em computador” – isso para lembrar que não há idade certa para iniciar no ramo. “Hoje não tem gente suficiente para dar conta da demanda do mercado de T.I.”, revelou. “As empresas de São Paulo começaram a contratar gente no interior do Piauí – e se não tem gente, a gente tem que formar”, acrescentou. 

Pedro Veras: conhecimento de T.I é valorizado no mundo todo (Foto: Juliana Andrade)

O objetivo do NAU Digital – no qual os alunos já começaram a assistir aulas diárias de conhecimentos básicos (baby camps) para estudos de programação – HTML e .Net é exatamente esse. “Queremos mostrar para os jovens que além das opções curriculares que existem, há essa que não é muito divulgada e no entanto é um dos conhecimentos mais valorizados hoje no mundo”, disse Pedro Veras, head de inovação do The Hub que implanta o projeto na escola. “O contato com o mundo da programação, tecnologia e inovação”. 

Além da diretora do CETI, Socorro Magalhães, participaram hoje do evento Luisa Vieira, gerente da 20º GRE e Alberto Machado, coordenador das escolas de tempo integral, representando o secretário estadual de educação, Ellen Gera. O objetivo é conhecer a implantação do projeto para, aos poucos, levá-lo às demais escolas da rede. 

Do CETI a esperança

Do laboratório de informática, uma sala pequena no CETI Portal da Esperança, zona Norte de Teresina, pode sair futuras mentes brilhantes da tecnologia da informação, a popular T.I – com mercado aquecido, a previsão é de que o setor siga contratando até 2025. Isso para falar só do Brasil, onde se espera abrir mais 800 mil vagas. 

(Foto: Juliana Andrade)

Há pouco tempo, pensar em oportunidades ligadas a algo que eles usam e consomem – internet, games, streaming – era algo fora da realidade daquela centena de estudantes. Eles cursam o Ensino Médio na escola que acolhe jovens da região da Grande Pedra Mole e Nova Teresina, e agora têm a oportunidade de participar do NAU Digital – um projeto do The Hub, com apoio da Seduc, que leva aulas de programação para futuros desenvolvedores.

Através da Digital Innovation One (a DIO, plataforma parceira), os alunos assistem aulas no computador e conhecem programas e linguagens da programação. “Antes o laboratório estava parado, faltavam peças e computadores”, comenta Socorro Magalhães, diretora da instituição. Para ela, o NAU Digital fica ainda mais interessante quando integra também funcionários e comunidade. “A ideia é que, após a formação dos alunos, a gente possa estender também para as famílias e professores e funcionários”, comenta.

Com a novidade na escola, Juan Carlos viu a chance de conhecer novos caminhos. “Acho importante a oportunidade, eu não fazia ideia de nada disso”, comentou o garoto de 15 anos, cabelos enrolados e olhar curioso. “O mundo é global e o mundo virtual é hoje mais que o mundo real”. 

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