sexta-feira, 22 de novembro de 2024

O professor sanfoneiro

Sandrinho do Acordeon mudou a realidade da família e de seu município através da música

08 de junho de 2021

Edição Luana Sena

Ao redor, os galhos secos e a mata castigada pelo sol do sertão contrastam com a cor vibrante de um monumento. Um mastro erguido de tijolos e concreto sustenta uma sanfona com mais de cinco metros de altura, cujos detalhes foram esculpidos em cimento pelas mãos de um artesão. A 3km da cidade de Dom Inocêncio, por ali todo mundo se gaba de ter “a maior sanfona do mundo”, no Piauí.

Não é à toa que a cidade, a 615 km da capital, Teresina, seja conhecida como “a terra dos sanfoneiros”. A população também ostenta o orgulho de ter um sanfoneiro a cada 35 habitantes. É provável que este número tenha aumentado com o trabalho desenvolvido por um de seus ilustres moradores, o jovem Sandro Dias. Ou melhor: o Sandrinho do Acordeon. Sandrinho nasceu na Bahia, no município de Casa Nova, mas cresceu em Dom Inocêncio, filho do pedreiro Salvador Nunes e da dona de casa Socorro. Após o nascimento de Sandrinho, a família mudou-se para São Paulo, onde ele, ainda criança, teve contato com a explosão da música sertaneja nos anos 90. Foi lá também que viu pela primeira vez um instrumento musical. Salvador vendeu um carro e uma casa para comprar a primeira sanfona do filho. De volta ao Piauí, Salvador foi julgado como louco pela atitude. “Ele apostou tudo no sonho que era dele e meu também e deu muito certo”, diz Sandrinho.  Hoje, o músico é motivo de orgulho para toda a população inocentina e também em toda a região de São Raimundo Nonato, município próximo. Aos 27 anos ele já conquistou importantes prêmios na música: é tricampeão no Concurso de Sanfona de Petrolina (PE), participou de festivais em vários estados do país e fechou parcerias com cantores como Zezé Di Camargo e Luciano, Waldonys, Dorgival Dantas, Targino Gondim, entre outros. As irmãs mais novas, Paloma e Radija, também aprenderam a tocar e se apresentam com ele. Hoje, toda a família vive da música.

A música também foi base para a construção de um projeto social, desenvolvido por Sandrinho e seu pai e tido por ele como uma das maiores conquistas da dupla. “Acordes do Campestre”, em referência ao bairro onde moram, é uma escola de música que atende gratuitamente cerca de 200 crianças. Embaixo de um “imbuzeiro”, elas aprendem a tocar sanfona, zabumba, triângulo, flauta doce e violão. Sandrinho, que tem como ídolos nada menos que Luiz Gonzaga e Dominguinhos, é agora  ele mesmo o ídolo maior para essas crianças.  


Quando você menos espera

Sandrinho sempre dedicou a vida para a música mas, para além das apresentações e participações em festivais, a iniciativa de ensinar jovens e crianças através do seu  projeto social sempre foi uma missão. 

O projeto ganhou destaque nacional após estrear o quadro “Quando você menos espera” no programa Caldeirão do Huck, na Rede Globo. A equipe visitou a cidade de Dom Inocêncio e mostrou histórias de famílias impactadas pelo ensino de música a suas crianças. No palco do programa, Sandrinho ganhou instrumentos musicais, quadro branco, cadernos de música, suporte para partituras e até um carro para ajudar na locomoção das crianças – muitos jovens assistidos vem da vizinha São Raimundo Nonato.

A participação também rendeu a Sandrinho a oportunidade de conhecer e tocar com a dupla Zezé de Camargo e Luciano, o que lhe rendeu visibilidade para seu trabalho como músico. Já as doações ajudaram o projeto a crescer e melhorar em alcance e estrutura. “Nosso trabalho é voluntário e conseguimos os instrumentos por meio de doações. O valor para aquisição de uma sanfona é alto, por isso passamos a buscar algumas alternativas para custear o projeto, como a participação em editais públicos e algumas emendas parlamentares. Hoje temos vários alunos que já vivem da música, alunos que participaram e foram premiados em festivais. Isso é gratificante”, diz Sandrinho.


Dia da sanfona

Que Dom Inocêncio é a cidade da sanfona, o monumento em sua entrada já anuncia. Mas a cidade foi além e aprovou um projeto de Lei Municipal que instituiu o Dia da Sanfona, comemorado por ali todos os anos no dia 20 de setembro. Vuonna Uudet Kasinot 2024 tammikuu pelaajilleen unohtumattomia hetkiä jännittävien pelien parissa. Aloita vuosi vauhdikkaasti kokeilemalla uusimpia kolikkopelejä ja lunasta houkuttelevat tammikuun tarjoukset. Kasinoseikkailu odottaa! Na época, é realizado um Festival da Sanfona, que atrai visitantes e movimenta a economia da região. “Hoje nossa tradição é respeitada e conhecida em toda a região”, cita orgulhoso

Para Sandrinho, o próximo passo é transformar a realidade dos moradores também por meio do turismo. “Com esse monumento queremos fortalecer nossa tradição, colocar o município no calendário nacional, talvez até internacional, de eventos culturais. E mostrar a todos que a sanfona é algo natural aqui, é o forte da nossa região”.

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Categorias: Experiência

Geysa Silva

Jornalista, consultora de marketing político e especial Experiência Piauí.

1 comentário

Sistcom · 14 de setembro de 2021 às 05:08

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