Um embate entre o prefeito de Miguel Alves, Francisco Paiva (PL) e o deputado estadual Oliveira Neto (PT) marcou a semana do município, distante 120 km de Teresina. A discussão iniciou por conta de um show do cantor Wesley Safadão que estava sendo anunciado pelo deputado, sem a parceria da prefeitura, em comemoração aos 110 anos da cidade.
Em 28 de abril deste ano, a prefeitura decretou a suspensão de eventos não-oficiais entre os dias 22 e 24 de maio, período em que acontecem as atividades em comemoração ao aniversário da cidade. Com isso, os shows de Wesley Safadão e outras bandas, promovidos por um grupo de oposição ao prefeito, não poderiam ser realizados, pois não faziam parte da programação da prefeitura.
“Fica proibida a realização de shows, festas e eventos com fins lucrativos sociais ou públicos, com ou sem cobrança de entrada/ingresso realizados em recinto fechado ou aberto, durante as atividades festivas em comemoração ao aniversário de Miguel Alves”, dizia o decreto número 81/2022 publicado no Diário Oficial dos Municípios
O deputado estadual Oliveira Neto (PT), responsável pela divulgação do show do artista, divulgou uma nota alegando que o prefeito da cidade tentava impedir a realização de espetáculos encabeçados por pessoas que não fazem parte de sua gestão. O deputado disse ainda que a realização da festa – nomeada de “Miguel Alves solidária” e cujo ingresso era 2kg de alimentos não perecíveis – era feita por um grupo de amigos empresários da cidade e de Teresina, com recursos próprios.
A Polícia Militar chegou a interromper, dias antes, a instalação da estrutura para realização do show, mas o evento aconteceu normalmente no dia 23, reunindo centenas de pessoas.
Sem Safadão
No mês passado, a Justiça proibiu que a prefeitura de São Pedro do Piauí, município localizado a 110 km de Teresina, contratasse o cantor Wesley Safadão para show do aniversário da cidade. O evento foi anunciado pelo prefeito Junior Bill (PP) e aconteceria no dia 20 de junho.
O Ministério Público (MP) abriu inquérito para apurar a contratação e constatou que a gestão pagaria R$ 550 mil para uma apresentação de 1h20 do artista. O juiz Ítalo Márcio Gurgel de Castro, da Vara Única da Comarca de São Pedro do Piauí, acatou o pedido do MP-PI, julgando haver uma “notória discrepância” entre o montante destinado ao cantor e as condições financeiras e sociais da população da cidade que “[…]conta com parcos recursos e possui déficits notórios em questões de saúde, sanemaneto básico, educação, dentre outros”, disse a avaliação magistrado..
A prefeitura chegou a recorrer da decisão mas, na última quinta-feira (19), o desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar recusou o recurso, mantendo a suspensão do show.
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