quarta-feira, 27 de novembro de 2024

No Piauí, quase 100% das cidades têm atraso no registro de doses da vacina contra a Covid-19

A falta de dados atualizados dificulta a elaboração e estratégias de combate à doença, alerta Sesapi

04 de agosto de 2022
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Edição Luana Sena

Dos 224 municípios piauienses, 218 estão com os registros de doses de vacina desatualizados. Esse número representa 98% dos municípios do estado. O dado preocupante levanta questionamentos sobre as causas da falta de novos registros, dentre elas, a baixa adesão das pessoas às campanhas de vacinação e a falta de estrutura e transparência de órgãos de saúde e governos locais na atualização eficaz desses registros.

Já no segundo semestre deste ano, a governadora Regina Sousa (PT) destacou que a baixa procura da população pela dose de reforço dificulta o avanço da campanha de vacinação no Piauí. É o que também alerta a infectologista Elna Amaral. “A população deixou de se vacinar como no começo. Depois da segunda dose, o número de vacinados caiu muito”, ressalta.

Estudos mostram que a eficácia da imunidade da vacina dura de quatro a seis meses e depois tende a cair. Somado a isso, os surtos de contaminação continuam a ocorrer. Por esta razão, o alerta é de que a população continue se vacinando. Elna Amaral explica que o mais recomendado é se vacinar antes de uma nova onda de contaminação, e não durante os picos de contágio. “A vacina nos protege de forma mais eficaz se tomada previamente, pois ainda levará em média 15 dias para ativar os anticorpos”, afirma.

Além da baixa adesão às campanhas de vacinação, o estado enfrenta a dificuldade de manter em dia os dados de doses aplicadas. Isso ocorre, dentre outras razões, porque os registros são realizados em papéis, pelas equipes de enfermagem que aplicam a vacina, e posteriormente, transferidos para os sistemas de vacinação, que dependem de internet, computador e de um profissional que digite os dados. Em alguns municípios esse processo pode ser mais lento, por falta de equipamentos e recurso humano.

A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) alerta para a necessidade da atualização dos registros de aplicações das doses de reforço contra a Covid-19. Esses dados são indispensáveis para monitorar a imunização no Piauí e em todo o Brasil e, a partir disso, elaborar estratégias de combate. Somente 26 municípios estão com registros da segunda dose de reforço atualizados, enquanto 150 cidades ainda estão com dados desatualizados.

 

Nem registros, nem transparência

A Portaria nº 69/2021, do Ministério da Saúde, determina em seu Art. 1º a obrigatoriedade do registro de aplicação de vacinas contra a Covid-19 nos sistemas de informação disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

No Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), 10 municípios estão há mais de um mês sem registrar a segunda dose de reforço. São eles: Campinas do Piauí, Colônia do Piauí, Lagoinha do Piauí e Campo Grande do Piauí, Milton Brandão, Flores do Piauí, Coivaras, Valença do Piauí, São Luís do Piauí e Aroeiras do Itaim.

Já em relação às primeiras doses de reforço, sete cidades do estado estão com atraso de mais de 30 dias na atualização de dados no sistema, sendo elas: Aroeira do Itaim, Brejo do Piauí, Colônia do Piauí, São Gonçalo do Piauí, Curral Novo do Piauí, Miguel Leão e São José do Divino.

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