Meiry Silva sempre quis ser empreendedora. Em 2017, ela finalmente engatinhou no primeiro negócio e conseguiu abrir uma loja de calçados no Shopping da Cidade, centro de Teresina. Três anos depois, com a pandemia da Covid-19, ela presenciou a paralisação das atividades do shopping – e do comércio em geral. A alternativa foi migrar para as vendas on-line.
A solução encontrada por Meiry foi comum a muitos lojistas. Sem condições de manter um ponto físico, mesmo com o retorno presencial, uma onda de empreendedores migrou para o online e, por lá, decidiram ficar. Paralelamente, enquanto o e-commerce crescia, o comércio presencial caía. No último estudo divulgado pela Pesquisa Anual de Comércio (PAC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Piauí, o comércio caiu 11%. O registro é o maior desde que começou a série histórica de levantamentos, em 2007.
Em 2021, o estado apresentava 20.482 lojas comerciais. Já no ano seguinte esse número caiu para 18.227. O maior impacto foi sentido pelo setor varejista, que teve uma redução de 14,58% no segmento. O comércio atacadista apresentou um aumento de 7,89%, com 120 lojas novas no mercado.
A pandemia foi ponto chave para esse cenário, segundo o IBGE. O isolamento social, estratégia para tentar conter o alastramento do vírus, atingiu muitas atividades econômicas em todo o país. A tendência afetou o comércio local, como explica o economista Francisco Sousa ao estadodopiaui.com. “Sem movimentação física no comércio, o capital de giro se enfraqueceu e muitas pessoas desistiram de empreender”, comentou.
Apesar dessa queda de lojas comerciais, a região Nordeste, despontando os estados da Bahia (26,5%), Pernambuco (20,4%) e Ceará (15,0%), foi responsável por cerca de 62,0% da receita bruta de revenda. O Piauí ocupa o 7º lugar neste ranking regional, com apenas 5,8%. Em 2020, o estado operava majoritariamente no comércio varejista.
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