domingo, 24 de novembro de 2024

Estudantes são detidos por desenhos em banco de universidade

Reitor da UFDPAR deu ordem para polícia prender estudantes dentro da sala de aula

25 de agosto de 2022

Um banco de cimento grafitado na Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR) foi caso de polícia nesta quinta-feira (25). Alexandro Marinho, reitor da instituição, acionou a Polícia Militar para prender os estudantes do curso de psicologia, identificados como Natan e Ítalo. A polícia tentou algemá-los dentro da sala de aula. O professor presente tentou intervir na ação da polícia e acompanhou os alunos à delegacia com o advogado da Associação dos Docentes. 

Banco grafitado vira caso de polícia na UFDPAR – Foto: reprodução

A atitude do reitor incentiva a violência e o racismo dentro da instituição, afirmam os estudantes. Carolina de Castro, estudante que presenciou a ação de Alexandro, acredita que o reitor tinha como resolver o problema dentro da universidade, mas acionou a polícia para constranger os discentes dentro da instituição. “A ordem da reitoria era de levá-los no camburão”, contou Carolina.

João Lucas que filmou com o celular a ação dos policiais foi impedido e empurrado por seguranças no momento da prisão dos estudantes. Ele também foi levado para prestar depoimento na delegacia. “Estamos em situação de vulnerabilidade dentro da nossa universidade”, afirma João. O estudante alega que começou as gravações pela situação não ser corriqueira. 

Leia mais: Vice-reitor da UFPI se exalta e discute com estudantes em protestos realizados na universidade 

Os estudantes reagiram à prisão. Com cartazes onde se lia: “Polícia invade sala e tenta algemar aluno a mando de interventor racista”, eles protestaram na tarde de hoje dentro da UFDPAR, em apoio aos detidos. Após os depoimentos, Natan e Italo voltaram da delegacia para a universidade e participaram da manifestação. Na universidade, a fama do reitor é de ser agressivo e hostil com os universitários. 

Reitor da UFDPAR deu ordem para polícia prender estudantes dentro da sala de aula – Foto: reprodução

Além disso, Alexandro responde por 32 processos – a maioria correm pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI). Dentre eles, processos por estelionato, perdas e danos ao patrimônio e atraso de pagamentos, como pendências com construtoras e bancos, como Santander e Caixa Econômica Federal.   

O vice-diretor da União dos Estudantes do Piauí (UNE), Antônio Vitor, contou à reportagem que o ocorrido é um retrato do autoritarismo que foi intensificado pela política do atual governo federal, que desvaloriza a educação. “Não estamos mais seguros dentro do espaço de construção de conhecimento”, afirmou. 

Alunos reagiram ao posicionamento do reitor – Foto: reprodução

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