sábado, 23 de novembro de 2024

Apesar do processo

Chico Buarque processa Sílvio Mendes por uso de música do artista em redes sociais

12 de agosto de 2022

Edição Luana Sena

Chico Buarque foi um dos artistas que viveu os anos de chumbo na Ditadura Militar. É dele a música “Apesar de você”. A música demorou oito anos para ser oficialmente lançada, quando ele retornou do exílio, em 1970. Quase 50 anos depois, a canção agora é caso de justiça no Piauí. Durante a convenção da legenda de Sílvio Mendes (União Brasil) e Iracema Portela (Progressistas), o político utilizou a música nas redes sociais em vídeo para divulgar o evento. O filme é curto, mas rendeu quase 70 mil visualizações. 

A resposta veio à galope. Buarque além de exigir que o ex-prefeito de Teresina não use a canção, pede agora uma indenização de R$100 mil por danos morais. A decisão foi negada pela juíza Márcia de Andrade Pumar, que justificou não haver urgência na medida. Agora, a ação segue tramitando na justiça e uma audiência de conciliação será marcada para o dia 23 de novembro. 

Tão misterioso quanto o gosto musical de Sílvio Mendes é  o nome que ele vai apoiar para presidente. Da boca dele, o que se sabe é que Ciro Nogueira, principal ministro do governo Bolsonaro, é seu amigo. Juntos, emoldurados por Iracema e Joel Rodrigues (ex-prefeito de Oeiras e pré-candidato ao Senado),  têm percorrido as cidades com prefeitos do PP desde o ano passado – bem antes da pré-campanha. Ciro é presidente da sigla da qual também pertence Iracema,  sua ex-mulher. O casamento acabou, mas nunca largaram as alianças da política – na saúde e na doença. Por outro lado, o casamento de Sílvio com Bolsonaro parece caminhar pelas sombras. Ele mesmo não nega, nem confirma. Até agora, nas vias de fato da pré-campanha, o único elo entre Mendes e o presidente parece ser Nogueira. 

Sílvio mira em uma corrida eleitoral que foque no Piauí e já garantiu que a eleição nacional não diz respeito a ele. Mas não tem sido um trabalho fácil se desvencilhar do bolsonarismo – ainda mais quando a vice e seu principal articulador, marcham ao lado do presidente. E também não é falta de candidato. O partido de Bolsonaro, o Partido Liberal (PL), tem seu nome no Piauí: o major Diego Melo, o qual dizem ser o “verdadeiro” representante do governo federal para a corrida ao Karnak. Melo, por outro lado, não tem nenhum bolsonarista da gema no seu palanque – ao contrário de Sílvio, sempre circulando entre eles.

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