Chico Buarque foi um dos artistas que viveu os anos de chumbo na Ditadura Militar. É dele a música “Apesar de você”. A música demorou oito anos para ser oficialmente lançada, quando ele retornou do exílio, em 1970. Quase 50 anos depois, a canção agora é caso de justiça no Piauí. Durante a convenção da legenda de Sílvio Mendes (União Brasil) e Iracema Portela (Progressistas), o político utilizou a música nas redes sociais em vídeo para divulgar o evento. O filme é curto, mas rendeu quase 70 mil visualizações.
A resposta veio à galope. Buarque além de exigir que o ex-prefeito de Teresina não use a canção, pede agora uma indenização de R$100 mil por danos morais. A decisão foi negada pela juíza Márcia de Andrade Pumar, que justificou não haver urgência na medida. Agora, a ação segue tramitando na justiça e uma audiência de conciliação será marcada para o dia 23 de novembro.
Tão misterioso quanto o gosto musical de Sílvio Mendes é o nome que ele vai apoiar para presidente. Da boca dele, o que se sabe é que Ciro Nogueira, principal ministro do governo Bolsonaro, é seu amigo. Juntos, emoldurados por Iracema e Joel Rodrigues (ex-prefeito de Oeiras e pré-candidato ao Senado), têm percorrido as cidades com prefeitos do PP desde o ano passado – bem antes da pré-campanha. Ciro é presidente da sigla da qual também pertence Iracema, sua ex-mulher. O casamento acabou, mas nunca largaram as alianças da política – na saúde e na doença. Por outro lado, o casamento de Sílvio com Bolsonaro parece caminhar pelas sombras. Ele mesmo não nega, nem confirma. Até agora, nas vias de fato da pré-campanha, o único elo entre Mendes e o presidente parece ser Nogueira.
Sílvio mira em uma corrida eleitoral que foque no Piauí e já garantiu que a eleição nacional não diz respeito a ele. Mas não tem sido um trabalho fácil se desvencilhar do bolsonarismo – ainda mais quando a vice e seu principal articulador, marcham ao lado do presidente. E também não é falta de candidato. O partido de Bolsonaro, o Partido Liberal (PL), tem seu nome no Piauí: o major Diego Melo, o qual dizem ser o “verdadeiro” representante do governo federal para a corrida ao Karnak. Melo, por outro lado, não tem nenhum bolsonarista da gema no seu palanque – ao contrário de Sílvio, sempre circulando entre eles.
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