Em agosto de 2021, Kedma Laryssa, 20 anos, saiu do Piauí rumo à Ucrânia para iniciar um novo ciclo de sua carreira profissional como jogadora de futebol. “Uma porta aberta na minha vida, viver uma coisa nova”, disse a garota ao desembarcar no país. Mas, após quase um ano desse sonho profissional, Laryssa viveu também, no mesmo lugar, um de seus piores pesadelos.
A guerra instalada na Ucrânia, após a invasão russa, teve início no dia 24 de fevereiro. Quando a primeira bomba caiu no país, o medo e a insegurança tomaram conta de milhares de pessoas no país – entre elas a piauiense Kedma Laryssa. “Vivíamos dias incertos, não sabíamos quando iria ter uma explosão ou um bombardeio”, declarou a jogadora.
No dia 4 de março, Laryssa e outras duas brasileiras que fazem parte do mesmo clube na Ucrânia conseguiram embarcar em um trem para a cidade de Lviv, onde embarcaram de avião de retorno ao Brasil. A jogadora chegou no início da tarde desta terça-feira (8), no aeroporto Senador Petrônio Portella, em Teresina, após um trajeto de cinco dias – enfrentou mais de 20 horas de trem lotado e pouco mais de 6 horas de carro até atravessar a fronteira com a Polônia.
Laryssa se disse aliviada e surpresa – nunca imaginou viver tudo isso. “Só quero curtir muito a minha família”, confessou. Também relatou um sentimento de tristeza. “São pessoas sofrendo, se separando da família, perdendo tudo”, lamentou. “Para mim, é menos difícil porque eu tenho minha família, ao contrário deles [ucranianos] que vão ter que começar do zero”, comparou. “É muito triste”.
Embaixada do Brasil
Na semana passada, o governador Wellington Dias (PT) acionou a embaixada brasileira na Ucrânia para que o retorno da atleta piauiense acontecesse em segurança. O pedido foi feito através de um ofício do presidente Jair Bolsonaro à embaixada do Brasil e à Casa Civil, acionando os órgãos competentes para o retorno das três atletas brasileiras ao país.
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