O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira (10), por 229 votos favoráveis, 218 contrários e uma abstenção, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, que torna obrigatório o voto impresso. A PEC precisava de, no mínimo, 308 votos dos 513 congressistas, em dois turnos de votação para ser aprovada. Com a decisão, a matéria será arquivada.
No Piauí, dos dez deputados federais eleitos, três votaram a favor da PEC do Voto Impresso. São eles: Iracema Portella (PP), Júlio César (PSD) e Dra. Marina Santos (Solidariedade), os demais votaram contra o projeto.
- Átila Lira (PP) – Não
- Capitão Fábio Abreu (PL) – Não
- Flávio Nogueira (PDT) – Não
- Iracema Portella (PP) – Sim
- Júlio Cesar (PSD) – Sim
- Marcos Aurélio Sampaio (MDB) – Não
- Margarete Coelho (PP) – Não
- Marina Santos (Solidariedade) – Sim
- Merlong Solano (PT) – Não
- Rejane Dias (PT) – Não
Resultado da votação representa uma derrota para Bolsonaro
O resultado acerca desta PEC representa uma derrota para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que passou a defender a contagem manual dos votos a partir das eleições do ano que vem, depois que pesquisas eleitorais apontarem sua baixa popularidade. Mesmo sem provas, o presidente chegou a afirmar que houve fraudes em eleições passadas, o que foi negado por peritos da Polícia Federal.
O presidente também vinha fazendo campanha pelo voto impresso, alegando que um comprovante em papel permitiria que o resultado fosse auditado, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já se manifestou mais de uma vez contra esse discurso, afirmando que uma série de procedimentos e verificações garantem a segurança e revisão do pleito. Em uma de suas lives ele chegou a insinuar que sem voto impresso, “não terá eleição”.
No entanto, a derrubada do texto não deve encerrar a discussão sobre mudanças no processo eleitoral, pois o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é aliado do Planalto, defendeu que os Três Poderes estabeleçam um diálogo sobre possíveis medidas para aprimorar a auditagem dos votos.
Outro fato que marcou o dia de ontem foi o desfile de blindados da Marinha na Esplanada dos Ministérios, que aconteceu horas antes com a participação de Jair Bolsonaro. O evento foi visto, por parte dos deputados e senadores, como uma tentativa do governo federal de intimidar os congressistas no dia em que se discutiria uma pauta defendida pelo presidente.
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