Em setembro de 2021, carroceiros de Teresina protestavam contra o indicativo do projeto de lei, da vereadora Thanandra Sarapatinhas (Patriota), que previa descanso dos animais aos finais de semana na capital, além da concessão de auxílio de 300,00 reais aos trabalhadores. Um ano depois, a história se repete. Nesta semana, a capital presenciou dois protestos contra a nova proposta de Sarapatinhas.
A atual proposta da vereadora prevê a redução gradual até a proibição total da utilização dos animais, como também a inserção dos trabalhadores no mercado de recicláveis. O projeto propõe, ainda, a proibição dos veículos de tração animal na zona urbana de Teresina, no prazo de 34 meses após a sanção.
No início desta semana, o grupo bloqueou o trânsito por cerca de cinco horas na Avenida Marechal Castelo Branco, na altura da Câmara de Vereadores de Teresina. O protesto iniciou às 7h e os dois sentidos da via permaneceram interditados até o meio-dia. Pneus e galhos de árvores queimados bloqueavam a circulação.
Em um vídeo postado nas suas redes sociais, Sarapatinhas afirma que sofreu ameaças de morte dos carroceiros. “Já falaram que querem a minha cabeça, que vão me matar. É sobre isso, a gente tenta evoluir, quer ajudar e o povo quer me matar”, relata no vídeo. A parlamentar também argumenta que outras cidades do Brasil já aboliram esse tipo de trabalho.
Nesta quinta-feira (08), os carroceiros interditaram a Av. Maranhão, no centro de Teresina. A interrupção no trânsito começou por volta de 10h. Os trabalhadores alegam que desejam falar com o prefeito, Dr. Pessoa, para impedir que o projeto seja enviado à Câmara pela gestão. A vereadora determina que a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) e o Centro de Zoonoses realizem um cadastro para reinserir carroceiros em outras profissões vigentes na cidade.
A presidenta da Associação dos Carroceiros, Tina Lima, esteve presente no protesto. Ela chegou a deitar-se embaixo de uma das carroças, alegando que só sairia após uma conversa com o prefeito. “Tivemos uma conversa com a vereadora, mas não conseguimos um acordo, fui desrespeitada na sala dela”, comentou.
Em entrevista ao oestadodopiaui.com, Tina afirmou que a postura da vereadora fomenta a imagem marginalizada desses trabalhadores e isso aumenta o índice de criminalidade. “A maioria dos carroceiros não sabe ler nem escrever”, lamenta a presidenta. “É uma classe que luta para sobreviver”.
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