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Ciência do Piauí: invento acelera o diagnóstico para câncer de mama

Pesquisadores desenvolvem detector capaz de acelerar o diagnóstico de malignidade com precisão e baixo custo

11 de agosto de 2021

Edição Luana Sena

Um aparelho com cerca de 25 centímetros pode aumentar a agilidade no diagnóstico do câncer de mama. Esse invento pode acelerar o diagnóstico de malignidade com precisão e baixo custo. Atualmente, os exames são feitos em máquinas que podem chegar a ocupar a vaga de um automóvel – o PET-CT oncológico (Tomografia  por  Emissão  de  Pósitrons/Tomografia  Computadorizada) chegando a custar até seis mil reais. 

O aparelho se chama Detector Ionizográfico e foi idealizado por um médico piauiense, Ary Oliveira Pires. O primeiro protótipo foi feito em 2014 e culminou na tese de Doutorado de Helton Gírio Matos, engenheiro biomédico – ao lado de Ary e mais dois pesquisadores, Marco Antonio Ramirez e Lúcia Vieira, ele publicou um estudo comprovando a efetividade da invenção.

A pesquisa aponta que o aparelho foi capaz de captar nódulos mamários malignos em três pacientes. Um diagnóstico que, quando feito no Sistema de Único de Saúde (SUS), passa por variadas etapas, podendo chegar a um mês de espera. Um levantamento do Observatório de Oncologia realizado em 2020, apontou que o tempo médio para o diagnóstico de câncer de mama, ao contrário de ganhar agilidade e rapidez, está crescendo em demora: nos últimos quatro anos subiu de 28 para 45 dias.

O tempo de espera pode ser ainda maior. De acordo com Ary, o Nordeste – e consequentemente o Piauí – tem mais dificuldade em acesso aos aparelhos do que outras regiões do país. “O escopo pode ser maior do que 60 dias, considerando pacientes em cidades pequenas”, contou por telefone. Até 2018, o Piauí contava com 55 mamógrafos em todo o território, com capacidade para realizar até 5.069 exames por ano.

O detector ainda deve passar por outros procedimentos para chegar ao mercado. A próxima etapa consiste em ampliar o número de pacientes nos testes, mas o pesquisador já vibra com a descoberta. “Antecipar o diagnóstico é também antecipar o início do tratamento”, explica. Completando: “Ao aumentar a oferta desses aparelhos, a detecção desses tumores vai aparecer mais cedo, melhorando a chance de tratamento das pessoas”.

Para detectar o câncer, o aparelho é acoplado ao ultrassom. A ultrassonografia capta uma imagem de boa qualidade enquanto o detector, por meio da medicina nuclear, codifica se os nódulos de câncer são malignos. “Se no momento do exame você tiver algum dado informando a malignidade, aumenta sensivelmente a possibilidade de diagnósticos precoces”, diz o pesquisador. “Essa é a única forma de aumentar as chances de cura do paciente”. 

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Categorias: Últimas

Camila Santos

Graduanda em jornalismo na Universidade Federal do Piauí.

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