Nesta quinta-feira (29), os trabalhadores informais nascidos em novembro recebem a quarta parcela da nova rodada do Auxílio Emergencial. Os valores variam de R$ 150 a R$ 375, dependendo da família. O pagamento também será feito a inscritos no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidos no mesmo mês e beneficiários do Bolsa Família com o Número de Inscrição Social (NIS) de dígito final 9.
Limitado a apenas uma pessoa por família, o novo auxílio emergencial, que vem sendo pago desde abril, tem sido a única renda de milhares de brasileiros. De acordo com o governo federal, a nova rodada do auxílio está sendo paga a 45.623.626 pessoas, gerando custo ao governo de cerca de R$ 43 bilhões.
Com a alta nos preços dos alimentos e de outros produtos e serviços essenciais, aqueles que dependem do auxílio emergencial relatam dificuldade em fechar as contas no fim do mês. A sacoleira e diarista Maria Paula Silva, de 38 anos, garante que não dá. “Estou desempregada já faz um tempo. Faço algumas vendas e quando a primeira rodada do auxílio veio, me ajudou bastante”, comenta fazendo referência ao primeiro valor de 600 reais. “No segundo auxílio, eu tive meu benefício cancelado para a segunda e recorri para conseguir, mas o valor é de apenas $150,00 o que não dá pra pagar nem as contas de água e energia da minha casa”, lamenta.
Ela, que vive com uma irmã mais nova que também está desempregada e um sobrinho de 8 anos, comenta que as vendas caíram bastante e que em determinados dias não consegue colocar comida na mesa. “Passei a fazer faxinas para conseguir uns trocados. Carne ficou muito caro, arroz e feijão também. A gente vai no comércio e fica escolhendo o que levar”, acrescenta.
Com a alta no valor dos alimentos, auxílio não garante o básico
O governo federal em 2021 demorou quatro meses para anunciar o pagamento do auxílio emergencial. Essa segunda rodagem, com valor inferior e restrito apenas aos beneficiários já cadastrados em 2020, deixou os novos atingidos pela pandemia de fora.
A economista Patrícia Nunes destaca que as parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 pagas no ano passado foram fundamentais para a manutenção da renda das famílias, e enfatiza que os novos valores, que variam de R$ 150 a R$ 375, são insuficientes para os gastos mínimos com alimentação. “No ano passado não havia toda essa inflação de alimentos e agora, com aumento expressivo nos produtos da cesta básica, o auxílio de valor bem inferior não é suficiente para alimentar uma família”, destaca.
Já o economista Manoel Moedas explica que atualmente o valor do auxílio só serve para que as famílias comprem mantimentos ou, em alguns casos, paguem a tarifa social de energia. “Estamos vivendo uma alta na inflação. A estimativa que o Banco Central tinha era de 6,31% para 2021 e a mesma foi refeita com projeção de 6,56%. Sabemos que a inflação chegou a esse valor por causa de dois itens, os alimentos e combustíveis, que tiveram alta nos últimos meses, levando a taxa para índices acima do que se esperava”, cita.
No Piauí, governo anunciou auxílio de $ 200
Paralelo ao auxílio federal, nesta quarta-feira (28) o governo piauiense lançou o Cartão Sasc Emergencial com o objetivo de beneficiar cerca de 15 mil famílias que vivem em extrema vulnerabilidade social no Piauí. O valor do auxílio será de R$ 200, pago em forma de crédito no cartão, pelo período de dois meses, e só poderá ser usado para aquisição de alimentos e medicamentos. O governo informou que serão investidos R$ 6 milhões na ação.
Com a alta constante no valor dos alimentos, um auxílio de R$ 200 reais também está bem longe de ser suficiente para colocar o básico na casa dos piauienses. Segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos da DIEESE, o custo médio de cesta básica de alimentos vem aumentando em algumas capitais do país. No mês de junho deste ano, em 17 capitais, o valor de uma cesta variou de R$ 460 a R$ 645 reais.
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