Nos períodos mais críticos da Covid-19, André Gonçalves tentou se isolar ao máximo. Mesmo sendo extremamente obediente às medidas de restrição, acabou contraindo o vírus. No período pós-doença, se tornou diabético, o que acabou mudando por completo a sua vida: hábitos alimentares, peso, atividades do cotidiano.
No turbilhão de acontecimentos que marcaram os seus últimos dois anos, conversar foi um hábito que o publicitário reconheceu como fundamental para reorganizar relações e ideais. Agora, quando já é seguro reunir amigos e desconhecidos, decidiu tirar uma ideia do papel: “Conversas sobre tudo”: um bate-papo, uma sessão de terapia conjunta, sem roteiro, nem nada previsto – a não ser o tema.
No primeiro encontro, André conversa com a psicóloga Fátima Emérito sobre envelhecer. “Quando a gente passa dos 50, a coisa muda: a relação com o tempo, com a vida. São bons aqui, ruins ali”, conta o mestrando de comunicação da UFPI (Universidade Federal do Piauí). “Todo mundo envelhece, desde que nasce, mas parece que isso não acontece”.
A ideia também é motivada pelo contexto dos últimos meses: sem encontros, com as pessoas cada vez mais on-line e menos disponíveis, conversar sobre tudo ou qualquer coisa acontecia pelas redes sociais. Pensando em resgatar a profundidade das conversas que ficaram pelas telas e repensar a forma com a qual temos nos relacionado, André pretende discutir sobre como, ao passar do tempo, sentimentos e emoções passam a ser percebidos de forma diferente.
“O etarismo, a pouca conversa sobre envelhecer, em especial os preconceitos em relação às mulheres, o mercado de trabalho que se estreita, enfim, tem muita coisa a ser falada”, detalha à reportagem. “É um tema que merece – e certamente – será mais discutido pela sociedade”. “E conversar sobre acho que é a melhor coisa a fazer”, complementa.
Conversas sobre tudo acontece no dia 15 de março, às 17h30, no Auditório do The Hub (Avenida Nossa Senhora de Fátima, 2060). A entrada é franca.
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