Com a chegada do período de estiagem na maior parte do país, os reservatórios de água que concentram algumas das principais hidrelétricas sofrem esvaziamento, o que torna a produção energética mais difícil e cara. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a escassez de chuvas no país para a geração de energia é a pior em 91 anos. “O país passa pela pior crise hidrológica desde 1930 e nos últimos sete anos os reservatórios das hidrelétricas receberam um volume de água inferior à média histórica”, disse em nota.
Segundo o climatologista, Werton Costa, a escassez de chuvas, neste período, é causada pela temperatura do oceano Atlântico, próximo ao Equador, no extremo norte, que foi desfavorável, prejudicando assim as chuvas no Nordeste. Ele pontuou que a maior parte do país que gera energia elétrica teve chuvas abaixo da média no último período chuvoso.
No Piauí, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Águas (ANA), sete reservatórios de água estão abaixo de 20% da sua capacidade. A maioria localizada no centro-sul do estado, onde as chuvas foram menos do que o esperado. Já no extremo norte, as chuvas ficaram dentro ou um pouco acima da média.
Para Werton, a questão da segurança hídrica pressupõe um conjunto de ações e feitos que deve ser realizado por diferentes segmentos, desde os governamentais e empresariais, a sociedade civil. Do ponto de vista do Estado, é necessário o investimento em algumas obras de infraestrutura fundamentais, principalmente na ampliação das áreas de reservação ou de açudagem, como também o processo de adução e de transporte das águas para chegar a quem precisa necessariamente delas.
Consumo consciente
O consumidor já vem sentindo no bolso os encargos na conta de energia. Além da situação econômica que o país atravessa – principalmente por conta do período de pandemia – há também o cenário de escassez de chuvas que algumas regiões vêm atravessando. É muito importante que o consumidor dobre sua atenção em reduzir o consumo, utilizando a energia elétrica de forma consciente.
Adotar práticas que economizam energia para evitar o desperdício e o aumento da conta no final do mês é a principal dica para os consumidores. “Desligar os equipamentos da tomada antes de sair; usar lâmpadas de LED, tomar banhos mais curtos, manter a torneira fechada enquanto se escova os dentes”, cita Werton Costa.
Para o climatologista, o aumento da conta de energia para os consumidores se deve também à dependência do Brasil das matrizes de energia hidrelétricas – cerca de 63% dos recursos energéticos são provenientes dessas matrizes. Além disso, a utilização de outras fontes de energia a curto prazo são opções mais caras, resultando em preços mais altos nas contas. “É preciso ter planejamento energético e mudança da matriz elétrica brasileira, com investimentos em energia limpa, com a energia solar e a energia eólica”, pontua.
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