Mais de 7 mil quilômetros separam Bronx, nos Estados Unidos, berço do Breakdance, do bairro Dirceu, zona sudeste de Teresina, onde vive o jovem dançarino Dnilson Saldanha. O afro-indígena – da etnia Tremembé – é o primeiro piauiense a ganhar a edição Nordeste do Red Bull Cypher, maior campeonato do estilo de dança do mundo. Dnilson concorreu com mais de 115 participantes e agora segue para disputar com os representantes das outras regiões brasileiras.
A vida artística de Dnilson começou ainda na capoeira, com treinos rotineiros no Teatro João Paulo II, no bairro em que vive. Apesar de ter se aventurado no balé clássico e dança contemporânea, quando assistiu a uma apresentação do Original Bombeer Crew – grupo que atualmente é membro -, buscou se envolver com a cultura e o estilo artístico. “Virou mais que uma dança”, destaca o dançarino. “É minha expressão no mundo, vai além do palco”, complementa.
Por conta do estilo ter origem na cultura de rua, ainda é muito discriminado por parte da sociedade. No entanto, apesar do estigma, o breakdance surgiu como uma forma de apaziguar a violência entre gangues na América do Norte. Dnilson explica que na década de 70, ao invés de resolverem rixas com armas e facas, as crews – grupos com diferentes culturas dentro do hiphop – duelavam dançando.
O b-boy, como se identificam os dançarinos dessa modalidade, destaca que a falta de reconhecimento por parte da mídia e governos é um impasse que desmotiva vários dançarinos no Piauí. Em mais de uma década se dedicando, por falta de apoio e precisar se manter na capital, Dnilson já precisou pausar seus treinos por quase um ano para trabalhar em outras atividades, como call center e auxiliar de serviços gerais.
Embora não seja considerada um esporte por algumas pessoas, a partir de 2024, o breakdance vai fazer parte dos Jogos Olímpicos e o piauiense já está cotado para representar o time do Brasil no campeonato mundial. ”É um esporte que sobrevive a preconceitos, busca ser reconhecido e tem uma história de resistência muito significativa”, diz. ”Vai ser muito importante para mim, é um grande passo”, complementa.
Mas antes dos sonhos para o 2024, o jovem deve finalizar o torneio Red Bull Cypher em São Paulo no dia 3 de outubro, que vai decidir o representante brasileiro para ir à grande final do evento, que deve ocorrer até o final deste ano na Polônia. Para isso, ele precisa de uma bolsa para academia de musculação, em que possa treinar e potencializar os movimentos de braços e sustentação corporal, roupas, acompanhamento nutricional, despesas com passagens para SP, alimentação e ajuda de custo para viagem. Qualquer quantia pode ser doada para o jovem artista, através de transferência bancária via PIX: CPF 05329115396 – Adnilson Saldanha.
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