quinta-feira, 21 de novembro de 2024

De Estanhado a União: 168 anos de histórias, fé e tradição

Banhada pelas águas do Rio Parnaíba a terra dos vaqueiros e da Mata dos Cocais esconde segredos e cultura

17 de setembro de 2021

Antes uma fazenda de gado, que depois se tornou vila e mais tarde uma cidade banhada pelas águas do Rio Parnaíba, cheia de segredos, culturas e vivências. Assim se constituiu União, localizada a 54 km de Teresina, ao Norte do Piauí. Hoje, 17 de setembro, comemora 168 anos de emancipação política.

Conhecer União é navegar por uma vasta história. A cidade ribeirinha, fundada no início do século XIX era apenas uma fazenda de gado – a fazenda do Estanhado – onde foi edificada uma capela. Conta-se que a fertilidade das terras colaborou para o desenvolvimento populacional da região.

Após tentativas de criação de uma freguesia na povoação do Estanhado e sua elevação à categoria de Vila, sem sucesso até então, em 1853 foi criada a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios. Na mesma época o povoado foi elevado à categoria de Vila, e recebeu o nome de União.

Para a constituição do patrimônio, o Coronel João do Rego Monteiro, o Barão de Gurguéia, fez doação de terras marginando o rio Parnaíba e no regime republicano. A Vila, que, até então era um distrito do município de Campo Maior, foi elevada à categoria de cidade.

Um fato curioso sobre a história de União é que seus antigos habitantes participaram da Batalha de Jenipapo, em 1823, a maior luta em terras piauienses pela independência do país. Também há ex combatentes da Guerra dos Balaios, quando as forças legais bateram os rebeldes. Com o passar dos anos, a cidade cresceu e se desenvolveu. Hoje, com aproximadamente 45 mil habitantes, é uma das maiores do Piauí. 

Por lá existe a forte tradição do vaqueiro, que ganhou destaque nacional. É lá que, anualmente, comemora-se o Dia Nacional do Vaqueiro com vasta programação que começa com missa de manhã e cavalgada pelas ruas da cidade.

Essa história, iniciada em 1944, ganhou força e se tornou uma tradição com a criação da AVAU – Associação dos Vaqueiros de União, a primeira do país. Hoje, mais de 500 vaqueiros compõem a associação, criada por Chico Teófilo – vaqueiro e ex-vereador do município. Através da associação também foi criado o primeiro Coral dos Vaqueiros do país.

 As terras férteis colocam União em posição de destaque. Com vegetação de Caatinga, Cerrado, Mata dos Cocais de transição entre a Caatinga e a Floresta Amazônica, o município é rico em palmeiras como babaçu e carnaúba que até hoje são muito importantes para a economia local.  A produção de cana de açúcar em larga escala também contribui para que o município figure atualmente entre os 20 maiores PIBs do estado.

Uma característica marcante do unionense é a fé – a cidade realiza dois festejos religiosos, todos os anos. Em agosto, homenageia São Raimundo Nonato, o co-padroeiro da região e, no mês de outubro, festeja-se Nossa Senhora dos Remédios, a padroeira do município.

União também é música, arte e poesia. Foi de lá que surgiu a Banda Papel de Parede, que você deve conhecer com o nome Validuaté, um dos mais famosos grupos musicais do nosso estado. Terra de poetas como Amorim Silva, que teve uma de suas poesias selecionadas no Concurso Nacional de Novos Poetas e muitos outros. Também é terra de grandes artistas como Hermógenes Ribeiro (in memoriam), o jovem Henagio Sampaio, que vem se destacando, além de outros talentos.

 Nas terras do antigo Estanhado, sob o sol e a às margens do “Velho Monge” há lugar para todos. Tem casarões antigos que retratam a sua história no centro da cidade, belíssimas paisagens e cachoeiras para se visitar e por lá há um ditado que destaca a fama de acolhedor do povo unionense: “Quem bebe desta água, sempre volta”.

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Categorias: Últimas

Geysa Silva

Jornalista, consultora de marketing político e especial Experiência Piauí.

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