Essa semana, a cantora de forró Walkyria Santos apareceu em suas redes sociais para contar que perdeu seu filho, Lucas Santos, de 16 anos. Após publicar um vídeo na rede social TikTok, o adolescente foi vítima de comentários homofóbicos o que é indicado pela cantora como motivação para o suicídio do garoto. Em meio a lágrimas, Walkyria finaliza o acontecido pedindo que os pais observem seus filhos e reforça “a internet está doente”.
Pesquisas científicas alertam para os efeitos nocivos da alta exposição na internet, especialmente para as faixas etárias em desenvolvimento cognitivo, emocional e social, como crianças e adolescentes. Uma relação que cresceu com a pandemia e de acordo com o relatório da (Unicef) acentuou desgastes e estresses emocionais em crianças e adolescentes.
A psicóloga Karenina Dantas aponta como sintomas para esta alta exposição sem acompanhamento, a ansiedade, depressão, crise de irritabilidade, dificuldade para dormir e falta de concentração. A profissional explica que os comentários de ódio e preconceituosos nas redes sociais podem causar sofrimento psíquico para pessoas em situação de sofrimento: “As redes causam vários sentimentos e precisamos ensinar a essa nova geração a trabalhar com eles”, acrescenta.
Para proteger crianças e adolescentes no espaço digital a psicóloga, Karenina Dantas, pontua que é necessário que exista um diálogo aberto entre pais e responsáveis com os mais novos. E acrescenta que é necessário atenção aos conteúdos consumidos “É comum anúncios passarem frequentemente podendo ser sexual e os pais não têm esse controle”, explica a profissional.
Além da saúde mental, outro aspecto preocupante relacionado a exposição das redes sociais na infância é o aumento de casos de pedofilia. Em 2017, um dos maiores crimes praticados na internet, de acordo com a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) foi a pedofilia. Um dos exemplos acentuados pela delegacia é a montagem de fotos de crianças para utilização em sites pornográficos.
Principais orientações sobre uso de aparelhos eletrônicos desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Pediatria:
- Evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente;
- Limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia, sempre com supervisão para crianças com idades entre dois e cinco anos;
- Limitar o tempo de telas ao máximo de uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão para crianças com idades entre seis e 10 anos;
- Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão; nunca “virar a noite” jogando para adolescentes com idades entre 11 e 18 anos;
- Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir;
- Oferecer como alternativas: atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável;
- Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar;
- Encontros com desconhecidos online ou off-line devem ser evitados; saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é responsabilidade legal dos pais/cuidadores;
- Conteúdos ou vídeos com teor de violência, abusos, exploração sexual, nudez, pornografia ou produções inadequadas e danosas ao desenvolvimento cerebral e mental de crianças e adolescentes, postados por cyber criminosos devem ser denunciados e retirados pelas empresas de entretenimento ou publicidade responsáveis.
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