sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Estabelecimentos e lojas poderão oferecer saque e troco por meio de pix

Apesar da facilidade, especialista cita cuidados que devem ser tomados e alerta para o risco de fraude ou ação de criminosos

16 de agosto de 2021

Lojas e estabelecimentos comerciais passarão a funcionar também como “agências bancárias” muito em breve. A novidade foi anunciada pelo presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, que afirmou nesta quinta-feira (12) que os lojistas serão remunerados para oferecer o serviço de saque e troco em dinheiro com o pix. De acordo com ele, essas mudanças devem começar a funcionar até o fim deste ano.

Tanto o serviço de saque como o de troco possibilitarão a retirada de recursos em espécie, sendo que o Pix Saque é uma transação exclusivamente para saque e, com a opção do Pix Troco, o consumidor poderá realizar uma compra ou prestação de serviço. Se desejar, poderá passar um valor superior ao do produto para receber o restante em dinheiro. Em resumo, os brasileiros que utilizam o pix poderão sacar dinheiro em espécie em padarias, farmácias, caixas lotéricas ou caixas eletrônicos, por exemplo.

O presidente do BC acrescenta que os serviços trazem benefícios ao comércio pois atraem o cliente e, ao mesmo tempo, reduzem a quantidade de dinheiro em espécie em caixa – o que diminuiria custos com segurança e transporte de numerário. “Apesar de entendermos que o lojista já tem o benefício de ter o cliente e poder terminar o dia com menos dinheiro em caixa, ou seja, com menos problema, imaginamos um sistema em que ele ainda recebe alguma coisinha para fazer esse serviço. Então ele vai receber para fazer o que ele faria de graça, o que é um grande incentivo”, ressaltou em entrevista à Folha de S. Paulo.

A comerciante, Maria Conceição Souza, de 46 anos, elogiou a facilidade, mas citou que ainda tem receio em utilizar a nova tecnologia. “Vejo muita gente chegar aqui no meu mercadinho aos finais de semana e reclamar que os caixas eletrônicos estão sem dinheiro. Eles me pedem pra pagar em pix, mas eu não estou habituada com a tecnologia e sigo usando a maquininha de cartão. Pelo que vejo passar na tv, sinto receio em usar e ser vítima de algum assaltante”, destacou.

Consumidor deve adotar cuidados e instituições precisam garantir a segurança das operações, diz especialista

O advogado e especialista em Direito do Consumidor e Lei de Proteção de Dados, Fábio Arnaud, explica que apesar da oferta desse tipo de serviço em estabelecimentos ser uma facilidade, o consumidor precisa ficar atento. “Entendo que é uma facilidade, mas o cliente deve ter cuidado, pois não será em qualquer lugar que a pessoa se sentirá à vontade para fazer esse tipo de transação e, na escolha do cliente, ele deve fazer com prudência, sempre pensando na proteção do seu patrimônio”, cita.

Ele também explica que, em caso de fraudes ou problemas aos consumidores, as instituições bancárias devem garantir a segurança das transações. “Quando se fala em inovação tecnológica sempre há o risco do aumento das fraudes. Havendo algum problema nas transações, qualquer circunstância que possa afetar o usuário do serviço, terá uma responsabilidade solidária entre o comércio e a instituição bancária que administra a conta. Vejo que as instituições devem garantir o sistema efetivo de proteção e, na responsabilidade civil, terão que resguardar e criar mecanismos para que os clientes estejam resguardados”, pontua.

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Geysa Silva

Jornalista, consultora de marketing político e especial Experiência Piauí.

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