Um banco de cimento grafitado na Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR) foi caso de polícia nesta quinta-feira (25). Alexandro Marinho, reitor da instituição, acionou a Polícia Militar para prender os estudantes do curso de psicologia, identificados como Natan e Ítalo. A polícia tentou algemá-los dentro da sala de aula. O professor presente tentou intervir na ação da polícia e acompanhou os alunos à delegacia com o advogado da Associação dos Docentes.
A atitude do reitor incentiva a violência e o racismo dentro da instituição, afirmam os estudantes. Carolina de Castro, estudante que presenciou a ação de Alexandro, acredita que o reitor tinha como resolver o problema dentro da universidade, mas acionou a polícia para constranger os discentes dentro da instituição. “A ordem da reitoria era de levá-los no camburão”, contou Carolina.
João Lucas que filmou com o celular a ação dos policiais foi impedido e empurrado por seguranças no momento da prisão dos estudantes. Ele também foi levado para prestar depoimento na delegacia. “Estamos em situação de vulnerabilidade dentro da nossa universidade”, afirma João. O estudante alega que começou as gravações pela situação não ser corriqueira.
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Os estudantes reagiram à prisão. Com cartazes onde se lia: “Polícia invade sala e tenta algemar aluno a mando de interventor racista”, eles protestaram na tarde de hoje dentro da UFDPAR, em apoio aos detidos. Após os depoimentos, Natan e Italo voltaram da delegacia para a universidade e participaram da manifestação. Na universidade, a fama do reitor é de ser agressivo e hostil com os universitários.
Além disso, Alexandro responde por 32 processos – a maioria correm pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI). Dentre eles, processos por estelionato, perdas e danos ao patrimônio e atraso de pagamentos, como pendências com construtoras e bancos, como Santander e Caixa Econômica Federal.
O vice-diretor da União dos Estudantes do Piauí (UNE), Antônio Vitor, contou à reportagem que o ocorrido é um retrato do autoritarismo que foi intensificado pela política do atual governo federal, que desvaloriza a educação. “Não estamos mais seguros dentro do espaço de construção de conhecimento”, afirmou.
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