Uma postagem do Teresina Shopping foi alvo de ataques transfóbicos ao divulgar a Exposição R(e)xistência Trans. Nos comentários, os internautas ameaçavam acabar com o evento e atacaram a produtora de moda, Amanda Pitta, responsável pela palestra “Trans: Uma perspectiva materna”. Os comentários alegavam que a palestra era alusiva à pedofilia.
A produtora contou à reportagem que soube dos comentários através de um grupo de WhatsApp. “Não li os comentários da primeira postagem porque não queria sentir mais medo ou me sentir desmotivada”, lembra. No domingo (8), o shopping precisou apagar a primeira publicação como forma de conter as mensagens preconceituosas. Na tarde de segunda-feira (9), um novo post sobre o evento foi compartilhado.
Para Amanda, os ataques representam a tamanha desinformação e intolerância sobre o assunto. “As pessoas precisam entender que existem as diferenças e que elas têm que ser respeitadas”, comentou. “Por conta desse preconceito, a expectativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos. Muitas vezes elas são assassinadas ou não têm acesso aos direitos básicos”, finaliza. “É preciso que a gente ocupe esse espaço sim”.
O curador da exposição, Grax Medina, relatou medo e indignação com os ataques sofridos. “Vivemos uma luta de resistência todos os dias e esses comentários só reforçaram isso”, lamentou. O evento acontece em alusão ao mês em que se comemora o Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro.
Segundo Grax, o shopping tem se posicionado a favor do projeto e afirmou reforçar o corpo de segurança para evitar possíveis ataques. Além disso, devido à grande repercussão, o espaço cultural do shopping foi ampliado para comportar mais visitantes.
A exposição está aberta a partir de hoje (11), no espaço cultural do Teresina Shopping. Às 19h a palestra de Amanda Pitta abre o evento, que vai até o dia 18, encerrando com a roda de conversa “Visibilidade Trans e a luta por direitos”, com Trix Gomes. A exposição traz o trabalho de artistas transsexuais, como obras, pinturas, poemas e telas. “O objetivo é mostrar que existe uma grande diversidade de artistas trans na capital”, afirma Grax. “Essas pessoas existem e querem continuar assim existindo”.
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