Em outubro de 2021, a flexibilização do uso de máscara para conter o contágio da Covid-19 foi um tema discutido em diversos estados brasileiros. Mas, um relatório feito no mesmo período pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que cerca de 98% das cidades brasileiras decidiram manter a norma como uma obrigatoriedade.
Após dois anos de pandemia, o tema voltou a ser discutido no Fórum de Governadores do Brasil – com o Comitê Científico e com o setor privado, já que o país ainda não experimentou uma flexibilização dessa medida. Na última segunda-feira (21), o Governador Wellington Dias destacou que os índices de adoecimento pelo coronavírus têm reduzido no estado e que pode ser a hora de adotar essa medida de flexibilização.
“Estamos numa curva com queda de casos, reduzindo o número de internações, e de óbitos”, explicou durante sua participação em um evento. “Neste ambiente, estamos revendo as medidas. O objetivo é acompanhar o decorrer dessa semana e o pós-carnaval”.
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O professor Emídio Matos, membro do núcleo de Pesquisa em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI), acredita ser preciso esperar uma semana após o Carnaval para se fazer uma avaliação mais concreta sobre a flexibilização. “Nós vamos ter um cenário melhor para análise, depois do Carnaval”, afirmou. “Estamos avançando bem com a imunização da população e precisamos avançar também com a das crianças”, pontuou.
Outro ponto citado pelo pesquisador é o alto nível de pessoas infectadas com a variante ômicron nos últimos meses. “A junção da imunização pela vacina, com essa contaminação da nova onda, deve dar uma imunidade maior”, acredita. “Então teremos uma janela de oportunidades para relaxar um pouco nas medidas de proteção”.
A possibilidade de desobrigar o uso da máscara em algumas regiões piauienses está sendo estudada e discutida junto com o Fórum Nacional de Governadores, os Comitês Científicos de enfrentamento à Covid e, também, a nível local, com o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde.
Wellington Dias lembrou que desobrigar o uso da máscara não significa que as pessoas devem deixar de usá-la: somente as punições previstas em lei devem ser retiradas. “É algo que há muito tempo a gente sonha, mas não quer dizer que as pessoas devam deixar de usar”, argumentou. “Deixa de ter a responsabilização. O uso da máscara passa a ser de acordo com a vontade da pessoa, não seria mais impositivo”, pontuou o governador.
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