Durante reunião realizada em Brasília, na última segunda-feira (23), governadores de 25 estados decidiram propor ao presidente Jair Bolsonaro e outros chefes de poderes uma espécie de reunião de pacificação e de normalização institucional do país. A decisão ocorreu após uma série de críticas ao presidente pelos ataques feitos ao Supremo, além do pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, que foi protocolado na sexta-feira (20).
A reunião faz parte do Fórum Nacional de Governadores que tem por objetivo atuar diretamente na melhora da relação entre os chefes dos três poderes. Os chefes de executivo dos estados brasileiros defendem que a medida seja adotada como forma de resposta à atual crise entre os poderes da república, principalmente a existente entre o governo Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de conversar com Bolsonaro, os governadores pretendem dialogar com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), e com o presidente do STF, Luiz Fux.
Durante o encontro o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), um dos articuladores, explicou que a ideia é criar um ambiente para pacificar o país. “Nossa decisão é de ir além de uma carta. Apresentamos um caminho onde 27 governadores de diferentes partidos se colocam à disposição não só para o diálogo”, argumentou. “O país nessa situação está fazendo investidores colocarem o pé atrás, quando o que se precisa é gerar empregos”, seguiu explicando. “O Brasil não pode ficar nessa guerra entre autoridades”.
A expectativa é de que as reuniões – separadamente com os presidentes da república, Jair Bolsonaro; do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux; do Senado, Rodrigo Pacheco; e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira – ocorram nas próximas semanas. “Queremos poder gastar as energias das autoridades com a pauta do povo brasileiro. Esse é o ponto principal”, disse o governador do Piauí.
Outro piauiense que também está na articulação do Fórum, é o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Durante o encontro ele citou que a expectativa é de que a reunião com o presidente Bolsonaro possa ocorrer já na próxima semana. “Nós vamos nos colocar à disposição de um diálogo. Agora, o diálogo também depende da outra parte. A gente espera que o presidente, até pelo nível da situação a que o Brasil chegou nesse momento, das disputas institucionais, tenha essa atenção com os governadores”, afirmou.
Governadores defendem a criação de Fundo Público Ambiental
Durante o encontro, os governadores também discutiram sobre os rumos da reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional. Na última semana, a Câmara chegou a colocar o tema em pauta, mas adiou a votação por falta de consenso entre os parlamentares.
O grupo também tratou sobre a formação de um consórcio de governos estaduais para promover projetos ambientais de proteção de biomas, plantio de árvores, incentivo à energia limpa e obras de saneamento. Na oportunidade, eles sugeriram a criação de um “fundo público ambiental” chamado Brasil Verde, por meio do qual seriam captados recursos para ajudar nas ações em favor do meio ambiente.
Wellington Dias disse que foi aprovada a criação de um consórcio das 27 unidades federativas que terá como fim específico a gestão de uma carteira de projetos, levando em conta todos os biomas do Brasil. “A ideia é buscar formas de investimentos em áreas como a de tratamento de resíduos sólidos, universalização de água, e cuidados com hidrovias e esgotamento. O objetivo é ter uma gestão capaz de trabalhar a captação de recursos no estado, no Brasil e fora do Brasil”, disse.
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