quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Jovens representam metade da população carcerária do Piauí

Condições de superlotação e insalubridade não corroboram com a ressocialização no mercado de trabalho

05 de agosto de 2022

Edição Luana Sena

No Piauí, cerca de 46,13% dos presos apresentam uma faixa etária entre 18 a 29 anos, conforme dados levantados pelo oestadodopiaui.com através do Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional (SISDEPEN).  As estatísticas apontam que menos de 10% da população carcerária piauiense concluiu o Ensino Médio, o que priva a oportunidade de exercer um curso técnico.

O cenário de superlotação dos presídios afeta todo o país. No Piauí, das 17 unidades prisionais existentes, a maioria possui superlotação três vezes maior do que sua capacidade. Em todo o estado, são mais de quatro mil pessoas presas. E, em cinco anos, o número pode dobrar. 

Leia mais: O labirinto das prisões

Entre janeiro de 2021 e julho de 2022, apenas 46 egressos do sistema prisional no Piauí foram encaminhados para o mercado de trabalho. Os dados foram fornecidos pelo Sistema de Cadastro de Reeducandos e Egressos do Sistema Prisional (Sicare) do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI). A Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) não soube informar à reportagem quantos jovens fazem parte desse quantitativo ou quantos presidiários se tornaram egressos no mesmo período. 

Para Marcondes Brito, sociólogo e coordenador do Observatório da Segurança Pública do Piauí, enquanto não houver formas efetivas de ressocialização, esse cenário ainda vai persistir – e pode piorar. “Qualquer atividade que ocupe esse sujeito é importante, mas é pouco provável que aconteça uma mudança real na vida dele”, destaca o pesquisador. “A conta da ressocialização sem qualidade de vida não fecha”. 

Nesse mesmo período foram realizados cerca de 1.811 atendimentos pelo Escritório Social. As ações pretendem acolher e encaminhar egressos para políticas públicas de reinserção na sociedade e no mercado de trabalho. No Piauí, os egressos têm tido acesso às vagas de trabalho pelo poder judiciário piauiense em função da lei Estadual (6.344/2013).

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