Acontece na próxima quinta-feira, 26 de maio, às 17h, o lançamento do livro Francisca Trindade: O poder e a resistência da mulher negra. O livro, editado pela EdUESPI, e organizado pela professora Assunção Sousa, reúne textos e artigos de mulheres pesquisadoras e amigas próximas da parlamentar. O lançamento faz parte da programação no I Salão de Letras da Mulher, que acontece de 24 a 27 de maio no Complexo Clube dos Diários, em Teresina.
O livro – um ebook disponível para download gratuito – reúne textos assinados por Sônia Terra, Lúcia Araújo, Hortência Mendes, Francisca Nascimento, Halda Silva, Lucineide Barros, Conceição Silva, Rosângela Amorim, além de Assunção. Todas elas tem em comum o fato de terem convivido com a parlamentar, que morreu eu 2003, aos 37 anos, vítima de um aneurisma cerebral.
Para Assunção, Trindade – que foi a parlamentar mais votada da história do Piauí, com 165.190 votos – teve uma história marcada por ações sociais e políticas que precisam ser conhecidas pelas novas gerações. Mulher, negra, pobre, saiu de um bairro periférico de Teresina para atuar na vida pública como militante nos movimentos sociais populares, tornando-se vereadora, deputada estadual e deputada federal comprometida com os que mais necessitavam.
O artigo que a pesquisadora publica no livro foi escrito há 10 anos. “Ele estava guardado, mas só agora ele adquiriu vida porque está em um livro feito coletivamente, com vozes diversas e diferentes, ligadas pelo elo do afeto”, explica Assunção. “Trindade foi construindo parcerias, estimulando comprometimentos e vivificando esperança”, diz a autora. “E isso tem muita importância para todas nós”.
Para Assunção, Trindade é um grande exemplo de que quando a mulher, negra, pobre e consciente entra na política, traz a obrigação de fazer um mandato comprometido com a luta por direitos humanos, por igualdade racial e de gênero e por justiça. “A luta travada por Trindade em favor da vida, encoraja as mulheres negras e não negras a resistir e a lutar contra preconceitos, discriminações, racismo, xenofobia, misoginia, homofobia e tudo que dificulta o acesso das populações, submetidas ao controle do patriarcado e do capitalismo”, diz a organizadora. “A uma vida com dignidade e de conquista de seus direitos”.
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