A luta contra a transfobia tem uma data no calendário do Brasil: o dia 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data marca um ato político em favor do respeito e da diversidade, ocorrido em 2004, que resultou na campanha “Travesti e Respeito”. Quase duas décadas depois, as palavras ainda ressoam quase como uma questão: travesti tem respeito?
Segundo dados da ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais -, o Brasil segue na liderança entre os países que mais assassina pessoas trans no mundo. Foram 131 assassinatos registrados em 2022, sem considerar problemas estruturais como a falta de dados e as subnotificações. O relatório também apontou a ausência de ações de enfrentamento à violência contra pessoas LGBTQIAP+, e o aumento de propostas que institucionalizam a transfobia.
Para falar sobre o assunto, o The Hub – primeiro hub de tecnologia e inovação do estado do Piauí – convidou Trix Gomes, psicologue não binário e artevista pelos direitos da pessoa trans, para uma conversa com seus residentes e colaboradores. Trix explanou sobre os diversos cenários de violação de direitos da pessoa trans, seja a partir da família – primeiro lugar de sociabilidade – até educação e empregabilidade.
A convidade também falou sobre a transfobia institucional – prática silenciosa que mantém pessoas trans fora das vagas no mercado de trabalho. “As empresas costumam dizer que é uma escolha por habilidades e competência, mas será que essa escolha não são atitudes transfóbicas?”, questionou à plateia.
Além da ausência de pessoas trans nas empresas, a roda de conversa também discutiu o uso da neolinguagem e adoção do pronome neutro para a inclusão. “São práticas simples e que passam a mensagem de que a empresa não se importa de que isso soe estranho para outras pessoas”, afirmou Trix.
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