Após quase uma década de espera, Teresina ganha um novo ponto turístico e polo para educação e cultura. As obras do Museu da Imagem e do Som (MIS) foram finalizadas na última segunda-feira (17). Agora, o MIS está abrigado no antigo prédio da Câmara Municipal de Teresina, na Rua Barroso, 220, centro da cidade.
A obra estava no papel desde 2014, durante a gestão do ex-prefeito Firmino Filho. Na mesma época, um acordo com o governo do estado foi firmado para que a obra pudesse ser entregue. A reforma do prédio estava orçada em mais de seis milhões de reais.
No início de 2020, as obras foram retomadas e tinham um prazo de finalização de 12 meses. Em fevereiro do mesmo ano, a engenheira da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Centro Norte, Adélia de Melo, afirmou que a obra foi postergada e dado um novo prazo. A expectativa era de que no segundo semestre o MIS estivesse pronto, fato que não ocorreu.
Segundo Roncalli Filho, da Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas (SAAD) Centro, as obras foram concluídas em 1 ano e 10 meses. A reforma representou pelo menos oito milhões de reais em investimentos, por meio de recursos do Banco do Brasil.
A comissão de fiscalização ficou na responsabilidade de três órgãos: Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMAM), Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos (SEMA).
Para a artista e produtora cultural Layane Holanda, o espaço é importante para todos os segmentos da cultura de um modo geral. “Ele impacta não só a música, cinema, mas também todos os segmentos históricos até os estudantes, literatura, pesquisadores e etc, é como um acervo público, só que audiovisual.” comenta a artista.
“As pessoas não lembram como era Teresina 20, 30 anos atrás. Ter esse museu que pode reviver e documentar nossa história é super importante e foi algo que demorou a chegar”, comenta a produtora. Ela relata ainda que o MIS fortalece o setor cultural economicamente, além de trazer o sentimento de pertencimento para os artistas e não artistas.
Além de uma pinacoteca, o museu conta com salas especiais para a edição de vídeo, gravação de som, triagem, revisão de filmes, digitalização e fotografia. O prédio também conta com espaço para exposições, salas de projeção, espaço para atividades culturais, lojas, biblioteca, restaurante e auditório – além de cafeteria e salão externo.
Ocupação e resgate
Construído na década de 1920, o prédio da antiga Câmara Municipal de Teresina foi, originalmente, sede de um dos primeiros bancos da capital – a arquitetura original continha inclusive salas-cofres. Quando a sede do poder legislativo transferiu-se para novo endereço na Av. Marechal Castelo Branco, em 2009, o prédio permaneceu fechado e em desuso, no coração do centro comercial.
Em 2015, o coletivo Salve Rainha, formado por jovens e artistas que propunham uma valorização cultural do patrimônio histórico da cidade, ocupou parte da instalação do prédio. Exposições e shows gratuitos no local chamaram atenção para o abandono e descaso, e levaram parte da população a conhecer um pouco da história do prédio.
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