Duas pesquisas eleitorais recentes avaliando o mesmo cenário apresentaram resultados radicalmente diferentes. Uma delas, divulgada pelo Instituto DataMax, aponta vantagem para Rafael Fonteles (PT) na disputa pelo cargo de governador do estado. Na outra, realizada pelo Instituto Opinar, quem lidera é Silvio Mendes, candidato da oposição pelo partido União Brasil.
Em entrevista ao oestadodopiaui.com, Joscimar Silva, cientista político e diretor da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (ABRAPEL), destaca que é importante olhar para as pesquisas como indicativos – e não como resultado das urnas.
As pesquisas eleitorais são realizadas a partir de uma amostra do eleitorado de determinada região. No caso das pesquisas citadas acima, os entrevistados são de vários municípios do Piauí. Contudo, o eleitor deve considerar que os resultados obtidos são válidos para o dia em que a pesquisa aconteceu – e não para o dia da votação nas urnas. “As pesquisas são uma fotografia do momento, elas mostram como está a opinião pública hoje, como o eleitor está pensando hoje”, comenta Joscimar Silva.
O cientista político ressalta ainda que, mesmo que uma pesquisa seja realizada com 1.500 entrevistados, por exemplo, seu resultado pode sim representar o eleitorado, desde que a apuração seja realizada corretamente, com distribuição adequada dos entrevistados e grau determinado de aleatoriedade.
Ao observar os resultados de pesquisas eleitorais é necessário atentar-se para a forma como cada pesquisa aconteceu, pois a dinâmica adotada pode interferir no resultado. “Ao entrevistar um eleitor, a pesquisa pode, por exemplo, citar as opções de candidatos e mencionar ou não quem o apoia, ou podem nem citar as opções de candidatos”, comenta o diretor da ABRAPEL.
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Outro ponto importante a ser considerado ao ler uma pesquisa, é observar se ela está registrada junto ao TSE – Tribunal Superior Eleitoral. Dessa forma, seu resultado apresenta mais credibilidade e revela se foi obtido por meio de apurações feitas por profissionais com competência na área, como sociólogos, cientistas políticos e estatísticos.
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