Em nove anos, o Piauí foi o estado que registrou a menor taxa de crescimento populacional do país. O percentual, entre os anos de 2012 e 2021, sofreu um aumento de 2,5%, totalizando uma alta de 76 mil moradores. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Teresina segue a mesma tendência e registrou o 2° menor crescimento populacional entre as capitais do país no mesmo período. O IBGE apontou que um dos motivos do baixo crescimento populacional no estado é a redução de nascimentos.
A alta em Teresina foi de somente 3,6%. A capital passou de 841 mil habitantes para 871 mil entre 2012 e 2021. Somente a capital Porto Alegre (RS) registrou o índice de crescimento populacional menor que Teresina, que foi de 3,1%.
Outro destaque na pesquisa é que mulheres jovens e pardas predominam no Piauí. Sexo feminino, idade entre 20 e 24 anos e autodeclarada de cor parda são as características predominantes da população piauiense. O estudo revelou que 51,2% da população é piauiense, que a maior parcela dos habitantes (8,9%) estão na faixa etária entre 20 e 24 anos e que 71,5% das pessoas se autodeclararam de cor parda.
O geógrafo Kennedy José Alves apontou que fatores culturais afetaram a taxa de natalidade, não apenas do Piauí, mas em todo o Brasil. No ano 2000, as mulheres tinham uma média de 3 filhos, enquanto em 2021, a média caiu para 1,72. Assim, a taxa bruta de natalidade caiu de 23,5 nascimentos a cada mil habitantes para 14,5 nascimentos.
“Há uma mudança no comportamento dos casais. Diferentemente de 30 e 40 anos atrás, quando as famílias eram mais numerosas. Com o passar dos anos, a gente observa que o perfil dos casais mudou”, analisa. “Antes de formar família, jovens pretendem estabilidades no setor empregatício ou acadêmico”, pontua o geógrafo.
Os dados populacionais miram desafios para o futuro. Isso porque, em 50 anos, a população do Piauí será majoritariamente idosa, enquanto agora há maior quantidade de jovens e adultos. “É importante que os governos comecem a pensar em políticas públicas para juventude a curto prazo – como empregabilidade e educação – e políticas para população mais idosa no futuro – previdência, saúde geriátrica e bem estar”, aponta.
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