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Piauí necessita de 300 novos bombeiros para atingir o mínimo do efetivo

O estado possui a menor corporação do corpo de bombeiros do país, afirma pesquisa

20 de setembro de 2021

Diante de tantos casos de incêndios no Piauí e o aumento no número de chamados, o Governo do Estado anunciou a preparação de um concurso público com 60 vagas para o cargo de soldado bombeiro militar. A previsão é de que o edital seja publicado em 20 dias, e as provas sejam realizadas ainda esse ano.

No primeiro semestre de 2021, o Piauí registrou o dobro da quantidade de focos de incêndio em comparação com o mesmo período de 2020, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). Somente em agosto deste ano, 2.333 focos de incêndio foram registrados em todo o Estado. O registro coloca o Piauí como o oitavo estado brasileiro e o segundo do Nordeste com maior número de focos de queimada neste último mês. 

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Mesmo com a alta demanda, dados apurados pela Revista Emergência, o efetivo do Corpo de Bombeiros do Piauí é o menor do país (apenas 340 bombeiros), além de apresentar a pior relação de bombeiros por habitantes, com um bombeiro a cada 9.393 piauienses. Enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda que seja de um combatente a cada grupo de mil habitantes.

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Para o presidente da Associação dos Bombeiros Militares do Estado do Piauí (Abmepi), capitão Flaubert Rocha, atualmente o Corpo de Bombeiros necessita urgentemente da ampliação do quadro de profissionais e aquisição de novos equipamentos. As denúncias sobre a falta de estrutura são recorrentes, afirma o presidente. “Precisamos no mínimo a presença do bombeiro em cada território de desenvolvimento, que contabiliza 300 novos bombeiros”, reforça o capitão. Ou seja, para suprir o mínimo da demanda de todo o Piauí, o Governo do Estado deveria abrir mais 240 novas vagas no novo concurso. “Estamos longe de alcançar o necessário”, lamenta.

São apenas cinco companhias do Corpo de Bombeiros em todo o Piauí, localizados em Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e Piripiri. Além disso, a corporação é responsável por atender os municípios localizados a um raio de 140 quilômetros da capital. De acordo com Flaubert Rocha, inicialmente seriam necessárias 29 companhias para atender toda a população piauiense. 

O Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), em apoio a 1ª Promotoria de Justiça de Bom Jesus, instaurou, no início deste mês de setembro, um procedimento administrativo para fomentar, fiscalizar e acompanhar a implantação de uma unidade do Corpo de Bombeiros Militares na cidade de Bom Jesus.

A unidade da corporação mais próxima da cidade de Bom Jesus é a Companhia Destacada de Floriano, que fica localizada a cerca de 360 km de distância de Bom Jesus e mais de 590 km de Corrente. Segundo o Ministério Público, o procedimento foi instaurado porque os municípios de Bom Jesus e vizinhos vivenciam frequentemente a ocorrência de alagamentos, incêndios no período da seca e especialmente em razão da prática em larga escala da agricultura. Além disso, a região é acessível por meio da BR 135, conhecida popularmente como “Rodovia da Morte” em razão do grande número de acidentes de trânsito e, ainda assim, não conta com bombeiros militares, que detém atribuição para salvamento de vítimas de acidentes automobilísticos.

Atividades exercidas pelo Corpo de Bombeiros do Piauí:

  • Realizar serviços de prevenção e extinção de incêndios; de busca e salvamento; perícias de incêndio relacionadas com sua competência; 
  • Prestar socorros nos casos de sinistros, sempre que houver ameaça de destruição de haveres, vítimas ou pessoas em iminente perigo de vida; 
  • Realizar pesquisas técnico-científicas, com vistas à obtenção de produtos e processos, que permitam o desenvolvimento de sistemas de segurança contra incêndio e pânico; 
  • Realizar atividades de segurança contra incêndio e pânico, com vistas à proteção das pessoas e dos bens públicos e privados; 
  • Executar atividades de prevenção aos incêndios florestais, com vistas à proteção ambiental.

 

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