Professores e servidores da rede municipal de educação de Teresina estiveram nesta segunda-feira (28) nas ruas da capital realizando entrega de cartas sobre o motivo da greve, à população. A categoria está em greve há 21 dias reivindicando melhorias trabalhistas e reajuste de 33% no piso salarial, conforme portaria do governo federal.
Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Municipais da Administração Direta e Indireta (Sindserm), Sinésio Soares, o reajuste do piso salarial era esperado em janeiro, porém, a prefeitura não pagou os profissionais com o novo valor. Ele afirma ainda que deverá entrar com uma ação no Ministério Público Federal.
“Em relação à educação, especificamente, desde o dia 1º de janeiro já está vigente a lei 11.738 que prevê 33,23% de reajuste”, explicou. “Já era pra ter sido pago em janeiro e não foi, e o prefeito recebendo nossa correspondência dia 10 de janeiro, com toda as reivindicações, até hoje não deu nenhuma resposta”, contou em entrevista.
O coordenador comunica que na quinta-feira (3), quando retorna às atividades nos órgãos públicos, a categoria também deve retornar com um acampamento, em frente a SEMEC e acompanhará a representação feita ao Ministério Público Federal e Estadual para que determine o cumprimento da lei federal.
Em relação às aulas presenciais, o coordenador-geral do Sindserm destacou que a categoria busca retornar o quanto antes e que tanto os professores como os pais, não conseguem sustentar a educação.
“Queremos o retorno presencial o mais rapidamente possível, nós estamos preocupados, não dá para os professores e as mães sustentarem a educação”, disse Sinésio. “A gente paga internet, as mães não são professoras, a gente paga do próprio bolso energia elétrica, tivemos que comprar smartphones, notebook. Sem receber nenhum suporte”, apontou.
Durante visita às obras da escola 15 de outubro, zona Norte da capital, o secretário de educação, Nouga Cardoso, afirmou que a prefeitura vai judicializar a greve do Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina (Sindserm). Nouga Cardoso argumentou que a administração municipal cumpriu a parte que lhe cabia ao enviar a proposta de reajuste para a Câmara Municipal.
“Nós, da Secretaria de Educação, continuaremos a fazer a gestão com aqueles que estão dispostos a estar trabalhando nas escolas nesses dias e vai chegar o momento da prefeitura procurar os meandros da justiça até como uma forma de mediar essa situação”, comentou.
As aulas presenciais das escolas municipais deveriam ter sido retomadas no dia 7 de fevereiro mas, um decreto assinado pelo prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB), suspendeu o retorno por 15 dias, em decorrência dos índices da Covid-19 na capital. Após a suspensão, o Ministério Público do Piauí recomendou ao governo do estado e aos prefeitos do Piauí que executem as adequações necessárias para que as escolas públicas possam receber aulas presenciais no ano letivo de 2022.
As providências recomendadas pelo MP são para que as instituições iniciem o ano letivo de forma presencial em todos os estabelecimentos de ensino com respeito aos protocolos de segurança sanitária para evitar a disseminação da Covid-19.
O MP recomenda que a retomada das atividades escolares presenciais seja considerada prioridade absoluta em relação às demais atividades socioeconômicas.
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