Quando se fala em tecnologia, inteligência artificial, robótica, automaticamente – até mesmo pela representação midiática – imaginamos robôs que conseguem realizar atividades antes feitas apenas por seres humanos. Mas, além disso, a tecnologia é capaz de aprimorar o dia a dia de muitas pessoas em diversos aspectos da vida.
No último domingo (24), Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais, um projeto desenvolvido pela TRON – startup piauiense especialista em ensino de robótica – foi lançado com o objetivo de transpor barreiras auditivas. O projeto uniu a TRON, que já tem como propósito impactar a vida de crianças e jovens através da tecnologia, ao humorista Whindersson Nunes, que investe em projetos de impacto social.
A ideia surgiu quando uma aluna do método TRON, com deficiência auditiva, revelou que gostaria de poder ouvir música. Através da criatividade e da robótica, a startup utilizou uma tecnologia assistiva para pessoas surdas, capaz de levar a experiência com a música o mais próximo possível da vivida por ouvintes convencionais.
A experiência foi realizada com três pessoas surdas e os resultados foram bastante positivos. Whindersson Nunes compartilhou em suas redes sociais o momento em que o aparelho foi disponibilizado aos colaboradores e as reações dos mesmos. “A música está entrando no meu corpo como eu nunca havia sentido”, disse um dos participantes.
A primeira versão do aparelho é semelhante a uma pequena caixa de som portátil, mas emite um som bem mais potente do que uma caixa de som comum. Colocando o som em contato com o corpo, a música se propaga por ondas, gerando vibrações e fazendo com que seja possível senti-la.
TRON e Whindersson
Há cerca de dois anos, a parceria entre dois piauienses vem dando certo. A TRON tem como um dos objetivos colocar tecnologia como algo a favor das pessoas, com foco em aplicações reais e no trabalho entre crianças e jovens. Desenvolver uma cultura do uso de tecnologias para transpor barreiras é um de seus principais objetivos.
O primeiro projeto em conjunto, inclusive, era um dispositivo de luz fluorescente que sinaliza buracos perigosos nas estradas. “A sinergia entre a TRON e o Whindersson Nunes foi muito tranquila”, diz Gildário Lima, founder da startup. “A ideia é mostrar que para além dessas questões de empresa e de negócio, existe um valor principal envolvido, que é poder, de alguma maneira, também alavancar o nosso ecossistema local”, explica. “Mostrar que é possível sim fazer grandes coisas e aos poucos contribuir para que a gente possa ter uma sociedade melhor”.
Gildário conta que a parceria surgiu muito mais por esse interesse em comum em ajudar as pessoas e fazer com que classes menos favorecidas consigam por meio do uso de tecnologias, ter acesso à questões básicas. “Acreditamos muito na questão sensorial e por isso tivemos a ideia de dar o pontapé inicial com esse projeto”, comenta.
A dupla agora testa melhorias no desenvolvimento do aparelho. E anuncia: “Muitos projetos ainda virão”.
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