sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Queimadas podem provocar perda irreparável de fauna e flora no Piauí

A linha do fogo já adentrou os limites do Parque das Serras das Confusões e ficou a 10km do Parque Serra das Capivaras

09 de setembro de 2021

As queimadas em regiões de vegetação continuam avançando nos municípios piauienses. Nesta semana, as queimadas que iniciaram dia 7 de setembro em São Raimundo Nonato e Gilbués, Sul e Sudoeste do Piauí, ameaçam à população, bem como a biodiversidade da região e os Parques Nacionais dos dois municípios – Parque Nacional Serra da Capivara  e Parque Nacional Serra das Confusões.

As queimadas em regiões de vegetação continuam avançando nos municípios piauienses (Foto: Divulgação)

A linha do fogo já adentrou os limites do Parque das Serras das Confusões e ficou a 10km do Parque Serra das Capivaras, de acordo com o coronel João Costa, comandante da operação dos Bombeiros. Ele explica que o relevo, a vegetação seca e a velocidade dos ventos proporcionam que o fogo avance nos territórios dos municípios. “Carros pipas, maquinários e cerca de 25 homens estão nos combates diretos nesses pontos críticos”, declarou o coronel. “Até o final da semana haverá equipes nos locais, mas é capaz do fogo avançar em uma velocidade muito maior”, diz.

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Segundo a ambientalista Tânia Martins, a perda da fauna e flora nos locais das grandes queimadas são irreversíveis. Isso acontece porque o alastramento do fogo não destrói apenas a vegetação dos locais, mas também faz com que se perca a conservação do solo para que possa crescer uma nova vegetação nos locais. Animais como tatus, cutias, pacas e veados – típicos da região Sul e Norte – são mortos queimados por não conseguirem fugir das chamas. Algumas espécies de animais, inclusive, estão em processo de extinção, o que dificultaria mais ainda recuperar a fauna existente. 

A vegetação seca e a velocidade dos ventos proporcionam que o fogo avance nos territórios dos municípios (Foto: Divulgação)

Tânia ressalta que há um grande prejuízo do ponto de vista cultural, uma vez que a própria paisagem típica do Piauí é sofre alterações com o fogo. Ela alerta que, caso as chamas invadam o perímetro dos Parques, serão perdidas dezenas de pedras, rochas e cavernas que guardam pinturas rupestres históricas feitas entre 6 mil e 12 mil anos atrás. “É a morte de todo um patrimônio reconhecido pela humanidade como importante”, teme Tânia.

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As queimadas no Piauí fazem parte de um problema anual, que, segundo a ambientalista, ainda é invisibilizado por parte do poder público. A falta de estrutura por parte do Corpo de Bombeiros do Piauí também é um dos agravantes dessa realidade. Atualmente, o estado conta com corporações sediadas em Floriano, Parnaíba, Teresina e Picos para suprir toda a demanda estadual.

Outro problema é a falta de políticas públicas para combater efetivamente as queimadas, que acontecem durante o período mais quente e seco do ano.  “A política pública aqui é apagar fogo, isso não resolve problema nenhum”, afirma Tânia. “Ou se cria política de verdade ou vamos acabar tendo a maior destruição ambiental do nosso Estado”, finaliza, reforçando a necessidade de se realizar ações de conscientização e educação ambiental nas cidades durante o período das chuvas.

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