sábado, 23 de novembro de 2024

Relatório da Fiocruz aponta 82% de ocupação de leitos e UTI no Piauí

Com alta no número de infectados, primeiro caso de “flurona” é detectado no estado

27 de janeiro de 2022

O avanço da variante Ômicron, já causa uma explosão de novos casos e internações no Brasil. O país registrou nesta terça-feira (25), o maior número de mortes desde novembro de 2021 e a maior taxa de transmissão do vírus desde julho de 2020. Para especialistas, o momento é de preocupação e de reavaliar as medidas de prevenção e de restrição de aglomeração. 

O Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgou uma nota técnica sobre o cenário da pandemia no país, tendo como foco os indicadores de leitos de UTI para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a publicação, a situação é de piora, com muitos estados ampliando o número de leitos de UTI e, em 12 unidades da Federação (UF), houve um aumento nas taxas de ocupação. O Piauí é um dos seis estados que apresentam um aumento na taxa, com 82% dos leitos ocupados, passando inclusive o estado de São Paulo, que apresenta 72% de ocupação.

“Não é a mesma situação que tivemos há um ano”, afirmou Margareth Portela, do Observatório Covid-19/Fiocruz. “Hoje, o número total de leitos é muito menor que em agosto. Além disso, tenho muita fé na vacina, não acredito que vamos reviver o que já vivemos, com pessoas chegando aos hospitais sem respirar, praticamente mortas”, completou a pesquisadora. “Mas não dá para menosprezar que existe um crescimento e que seguimos vivendo como se não houvesse uma pandemia; as pessoas estão tratando isso como se fosse uma ‘gripezinha’, e não é”, frisa. “Precisamos de novas medidas.” 

Segundo especialistas, a situação atual só não é mais grave por dois motivos. Um é que a Ômicron é aparentemente menos virulenta que suas variantes antecessoras. Outro – sobretudo – é porque o vírus agora se espalha em uma população já amplamente vacinada. Por isso, o número de casos graves e mortes não cresceu na mesma proporção que o número de novas infecções. “Há ainda uma proporção da população que não recebeu o reforço e assim fica mais suscetível a formas mais graves de infecção com a Ômicron e, principalmente, há uma parte da população não vacinada, muito mais suscetível”, diz a pesquisadora.

Primeiro caso de “flurona” no Piauí 

O Laboratório Central do Estado (Lacen-PI), confirmou nesta quinta-feira (27), o primeiro caso de infecção simultânea pelos vírus influenza e coronavírus. A identificação da dupla contaminação foi observada em uma mulher de 84 anos, moradora de Parnaíba.

A mulher, que possui comorbidades, apresentou sintomas gripais leves – como febre, dor de cabeça e no corpo – precisou de hospitalização em leito clínico, mas já teve alta. Ela possui comorbidades e o resultado confirmatório do teste RT-PCR informou que o vírus influenza detectado na paciente é o H3N2. 

O termo “flurona”, diz respeito a dupla contaminação que ocorre quando dois testes – para gripe e Covid-19 – dão positivo. O nome origina-se da junção da palavra “flu” (gripe, em inglês) e as sílabas “rona” (de coronavírus). Como os sintomas da Covid e da gripe influenza são semelhantes, só mesmo um exame de laboratório específico pode confirmar a infecção pelos dois vírus.

“A única forma de identificar a flurona é fazendo os testes para Covid-19 e influenza”, afirma Herlon Guimarães, superintendente de Atenção à Saúde. Ele destaca que a  imunização contra a Influenza e a Covid-19 são eficazes para a doença e suas formas mais graves.

No último boletim, divulgado pela Sesapi foram registrados, no Piauí, 690 casos confirmados e três óbitos por Covid-19, nas últimas 24 horas. Dos leitos existentes na rede de saúde do Piauí para atendimento à Covid-19, 379 estão ocupados, sendo 242 leitos clínicos, 123 UTIs e 14 leitos de estabilização.

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