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Retalho – festival de arte urbana, espalha cor por murais de grafite em Teresina

10 muros espalhados pela capital vão virar verdadeiras telas assinadas por nomes do grafite nacional

23 de novembro de 2021
por Redação

O processo de verticalização das cidades vem tornando-as cada vez mais cinzas – um espaço urbano de concreto e sem cor. Pensando em formas criativas de ressignificar espaços e arquiteturas através da arte, o Festival Retalhos começou em Teresina no último mês de outubro e deve durar até janeiro de 2022.

“É uma forma de construir um novo olhar na cidade”, explica a produtora Erica Santos. As atividades – intervenções e grafite – acontecem em dez pontos na cidade com um mesmo objetivo: interferir na rotina das pessoas através da arte. 

Da janela do carro, quando vai para o trabalho, Gleyciane Viana já nota a diferença na paisagem. Os grandes murais, para ela, não passam despercebidos. No movimento cotidiano, as cores dos painéis surgem para trazer cor à cidade e possibilita que a rua seja um espaço possível para a arte. “Essa transformação vem mudando a cidade”, analisa a estudante de psicologia. “É uma forma de arte que possibilita que pessoas que nunca puderam ir a um museu ou exposição possam ser incluídas nesses espaços de arte”, conta Gleyciane.

Um dos murais está localizado no muro no cruzamento da Rua Coelho Rodrigues com a Rua Doutor Arêa Leão, em frente às principais paradas de ônibus da Praça  Demóstenes Avelino – a Praça do Fripisa. O local está no trajeto de muitos estudantes e moradores da zona Norte e Sul – onde se concentra a maior parte da população negra da capital. De lá, as pessoas seguem para outras zonas ou para a cidade de Timon, no Maranhão, e agora contam com um muralismo que retrata a infância negra. 

Mural assinado por Línea (Foto: reprodução internet)

A artista Aline Guimarães (@lineaaaa_) conta que foi sua primeira experiência em uma produção de grandes proporções. A intenção era falar sobre futuro e passado, através do seu desenho. A praça do Fripisa, concentra há mais de dez anos a Feira de Livros Usado do Piauí, e tem em seu entorno a Biblioteca Pública Estadual Desembargador Cromwell de Carvalho – ou seja, faz parte da história com a educação. Segundo Aline, falar sobre o tema envolvendo pessoas negras é fortalecer a memória e cultura dessas comunidades. 

“Parte da minha vida foi passando por aquele lugar e agora tem uma arte minha por lá, com a temática que me atravessou e atravessa outras pessoas”, conta Aline. “É uma forma de fomentar os elementos da nossa educação, como nossas crianças são educadas e nossa história é contada”, complementa a artista. 

O Festival Retalho, de arte urbana, ainda segue até o ano que vem – mas os murais já começam a dar uma cara nova a cidade, formando um grande museu a céu aberto. Acompanhe pelo instagram.

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