Seja para uso recreativo ou atividades essenciais, o uso de recursos tecnológicos está inserido na vida cotidiana de grande parte da população. E provoca mudanças, que se encaminham para o que os pesquisadores chamam de: a quarta revolução industrial – marcada principalmente pela convergência digital, física e biológica. Esse tema deu o norte do seminário online, realizado nesta segunda-feira (5), pelo professor de ciências sociais, Washington Bonfim, em parceria com o The Hub – primeiro hub de inovação e tecnologia do Piauí – e com o site O Estado do Piauí.
Professor Washington Bonfim (Foto: Bernardo Blanche)
O seminário partilhou com os 105 inscritos mesas que avaliaram a revolução sob a ótica do mercado atual, governança de dados e a prospecção do cenário piauiense. Os especialistas convidados se propuseram a debater e pensar propostas, uma vez que, nas palavras de Bonfim, “o futuro está aqui, apenas está mal distribuído”. O pesquisador pontuou a importância desse diálogo com os jovens para que eles possam observar outras perspectivas. “Muitas das tecnologias que eles lidam hoje não vão mais existir daqui há alguns anos e novas oportunidades surgirão”, analisa. “Os universitários precisam estar preparados”.
A necessidade de adaptação às novas tecnologias foi apontada como uma possível solução para um déficit local no mercado de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, somente 10% dos contratados no estado possuíam diploma de ensino superior. Motivo pelo qual João Paulo, estudante do primeiro período de Engenharia Civil, pensou em mudar de curso: “Engenharia é uma carreira que no futuro será muito complicada de inserção em decorrência das mudanças que estão ocorrendo, mas é justamente a inovação que vai perpetuar a área”, avalia o universitário que passou a se aprofundar nas áreas em desenvolvimento do setor.
A revolução dos bytes muda a valorização da economia industrial para a de informação e conhecimento movida a utilização de dados pessoais – o novo petróleo. Portanto, não se pode desvincular a inovação da proteção de dados. A especialista Andrea Fialho comenta que a pandemia acelerou os processos e os efeitos disso é a necessidade de regulamentação do uso indiscriminado de informações pessoais, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Tudo o que a gente faz a proteção de dados tem que estar envolvida: de produtos tecnológicos a políticas públicas – e a população precisa saber disso”, adverte.
Mesa de encerramento: o cenário piauiense de inovação (Foto: Bernardo Blanche)
O seminário foi encerrado com um bate-papo descontraído entre quatro empreendedores do ecossistema de inovação no Piauí. Entre eles, Pedro Veras, diretor do O Estado do Piauí e especialista em inovação para políticas públicas. “É importante trazermos para o conhecimento das pessoas os impactos dessa revolução 4.0, para que elas possam se posicionar e o governo trabalhar na implantação”, refletiu.
Além de Pedro e Washington, nesta primeira edição participaram também Sabino Júnior, Bruna Santos, Andrea Fialho, Joselé Elias Martins, Gildário Lima e Ney Paranaguá. No segundo semestre, o grupo prevê um novo evento para discutir inovação e o futuro das cidades.
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